sessenta e nove (punhaladas)

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Então, a 69 é a história de uma viciada em sexo, que vai a consultas de pessoas com apetite sexual excessivo anónimas, por causa do irmão, que quer que ela se cure ou assim. Basicamente, a autora achou divertido quebrar este tratamento da Rachel ao colocar o Harry Styles em cena, para que ela ficasse de quatro e não conseguisse deixar de ser uma viciada em sexo. Então, podemos deduzir que o moral da história é: não entrem para um grupo de pessoas portadoras de DSH anónimos SE o Harry Styles também estiver lá.

Agora, eu posso ter dito o título acima, mas a verdade é que há imensas histórias chamadas “69”. Eu sei, eu sei… É de cuspir mosquitos. Onde está a originalidade? Onde? Para a autora, é notável que esta não foi uma prioridade, porque o que importa realmente é escrever sobre sexo e descrever as aventuras debaixo dos lençóis da protagonista. O sexo vende.

Enfim, apesar de a Rachel ter esta terrível doença, ela é bastante controlada. Como? Não sei. Creio que a autora não se informou, completamente, sobre a condição dos ninfomaníacos, apenas lhe apeteceu escrever sobre a arte da copulação. O macho insere o pénis dentro da vagina da fêmea, iniciando movimentos… Acho que entenderam a ideia? Prosseguindo, se a autora tivesse pesquisado no Google sobre “ninfomania”, decerto descobriria que a doença não tem nenhum interruptor que só se liga quando o Harry Styles se encontra perto das afectadas. Ainda para mais, existem vários tipos de Transtornos Sexuais Hiperativos! Recomendo a Wikipédia, para uma pesquisa soft: http://pt.wikipedia.org/wiki/Apetite_sexual_excessivo

O que também acho muito preocupante são os diálogos (nada realistas, como já é costume). De facto, agora a maioria das pessoas foi contagiada com este vírus de colocar as falas das personagens seguidas do nome, como se fosse uma peça de teatro, ou uma conversa de Facebook. Ainda não compreendi qual é o desvio cerebral das pessoas que o fazem, nem me apetece compreender, não vá também eu apanhar esta virose terrível!

Não cortando esta linha dos diálogos, acho interessante realçar que na descrição/sinopse os diálogos das personagens estão escritos como deve de ser. What? Mas é verdade. Está cientificamente comprovado que este tipo de distúrbios só afecta as autoras quando iniciam, de facto, as suas historietas. Estabelecendo uma ponte entre esta e a primeira história criticada (aquela da Casa dos Segredos, topam?), encontrei um padrão, para além dos diálogos: a capa LARILAS. Portanto, vou agrupar este tipo de histórias no Síndrome das Capas Larilas e Diálogos Fatais.

Para fazer o leitor penetrar na história (no pun intended) os autores acabam por descrever as paisagens, personagens, seja o que for. Certo? Certo. Agora, a maior falha que destaco é esta, talvez por ser a mais comum. Não peço para que todos os escritores ou autores sejam altamente pormenorizados, que nem o Eça de Queirós, mas seria bom fazerem-me imaginar que faço parte da cena. Just saying.

Outro facto engraçado desta história: a autora declama que é das leitoras, ou seja, a autora escreve para quem a lê. Ora muito bem, uma pessoa quando escreve para terceiros nunca é tão feliz. Deve-se sempre ver a escrita (ou qualquer outro hobby do género) como forma de expressar o que nas almas conturba. Pelo menos, assim o é, a meu ver. Se for um livro sem sentimento, então não transmitirá nada.

Sumário da Octávia:

Título – demasiado usado

Capa – L-a-r-i-l-a-s

Tema – a originalidade morreu, mas o sexo “vende”

Autora – escreve para as leitoras, bc no brain at all

Diálogos – FACEBOOK ON

Plot – a Rachel é uma viciada em sexo controlada (oh yeah)

Sinopse – wtf

Descrições – existem descrições sequer?

Português – de básico

Apreciação final – de fugir a sete ou oito pés, dependendo da espécie.

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