Pepsi

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𝔼𝕕𝕕𝕚𝕖

Agora, tentava ao máximo se agarrar para que não caísse, e essa foi uma tarefa difícil.

-Qual o seu nome?-Richie dizia enquanto pedalava.

-Eddie.

-Então Eddie, você pode segurar na minha cintura, eu não mordo, apesar de parecer um cachorrão.-Ele disse esboçando um sorriso de canto.

-Tá bom-Foi de imediato, ele agarrou a cintura do garoto como nunca havia feito antes. Estranhamente Richie tinha um cheiro estranho, mas que ainda sim bom, e por um estímulo do cérebro ele foi pra mais perto.

-Então...não vai perguntar o meu nome?

-Eu ouvi em alto e claro som que seu nome é Richie fodão Tozier, então você não precisa se apresentar formalmente, porque não vai adiantar.

-Assim, eu sei que sou fodão, mas infelizmente não tenho essa palavra no meu nome. Foi um completo deslize do meu pai, ele vacila muitas vezes comigo.-De certa forma ele não estava mentindo na última sentença.

-Ótimo, agora foca aí antes que não dê mais pra concertar o meu braço. Imagina só se não der pra consertar o meu braço, eu teria um braço torto pra sempre, eu consigo lidar com muitas coisas mas com um braço não dá cara, é um braço. Minha mãe nunca mais vai me deixar sair, merda, merda. Será que dá pra arrumar isso??-Ele falava freneticamente, e de um jeito que só ele conseguiria.

-Relaxa um pouco, a gente tá quase chegando.

Richie começou a pedalar mais rápido, Eddie encostou a cabeça nas costas do menino, afinal, receber todo aquele vento gelado no rosto o causaria uma gripe ou pior, uma pneumonia, e para ele, já bastava de problemas.

Puderam chegar são e salvos. Eddie dispensou que Richie o acompanhasse ou o esperasse. Ele entrou com toda coragem residênte no corpo e pediu por ajuda, não demorou que a enfermeira o acompanhasse. Ele saiu duas horas mais tarde, planejando como ia voltar pra casa e o que dizer para Sônia. Por sorte Richie ainda estava na porta, sentado num canteiro de flores, a bicicleta jogada no chão de maneira que Eddie nunca faria, ele não pode mentir que aquilo apertou seu coração. O moreno sentado lá o fez sentir importante, ele pode observar atentamente os machucados espalhados pelas pernas do garoto, a camiseta de alguma banda de rock e os óculos arrumados com fita, ele era o significado da bagunça pra Eddie, mas isso não foi um incômodo naquele momento.

Assim que abriu a porta, Richie levantou rapidamente, tropeçou pela agonia e foi falar com Eddie, ele parecia de fato um pouco preocupado e curioso.

-Ei, você tá bem? Como foi lá dentro?

-Bem eu estou, daqui alguns minutos não posso dizer o mesmo.

-Pelo menos você não morreu-Ele sorriu, e Eddie sorriu. Eddie sorriu de uma piada boba.-Toma. Comprei pra você, não sabia do que você gostava, mas quem não gosta de batata cara? É BATATA.-Ele estendeu na direção de Eddie um pacote de batatinhas e uma Pepsi, a mesma Pepsi que ele viu mais cedo, a mesma Pepsi que ele não podia tomar, e a mesma Pepsi que sua mãe dizia que fazia mal e que iria lhes causar um câncer. Ele a pegou, ele pegou a Pepsi da mão de Richie, o dia havia sido um completo inferno, uma Pepsi não ia o matar nessa altura do campeonato.

-Obrigada.-Ele a abriu e deu um gole, o gosto era surpreendentemente bom pra algo que causava câncer.

-Eu prefiro coca, mas essa merda agora está em todo lugar, tem outdoor em todo lugar, eles fizeram uma propaganda pesada.

-Não é ruim-Eddie disse dando um gole.

The Service - ReddieOnde histórias criam vida. Descubra agora