The Service - Reddie

Yes sir

ℝ𝕚𝕔𝕙𝕚𝕖

   Uma oportunidade foi jogada no lixo. Assim como as esperanças do garoto. Ele ficou triste, e talvez um pouco bravo, não se dava pra perceber pelas expressões dele naquele minuto.

  Ele disse, querendo esconder o desapontamento:

-Não tem problema camarada, tudo joia, tudo tranquilo.

    Eddie não disse mais nada além de acenar com a cabeça. O silêncio foi permanecido por ambos, ambos os garotos que estavam com medo de coisas diferentes, mas ainda sim com medo.
  Ele entregou Eddie em casa, que apenas disse com uma voz baixa que demonstrava o quão envergonhado estava: "Tchau Richie. Obrigado".

  Estava chateado, muito chateado, olha o tanto de coisas boas que ele havia feito pra Eddie e olha como o garoto o havia retribuído. No mínimo egoísta da parte dele. Maldito Ed's. Ele não estava com raiva de Eddie, ele estava com raiva da atitude dele, Eddie parecia ser uma boa pessoa, mas aquilo seria como monte de feno e Mike o diziam: "Fodam-se esses bastardinhos de merda", "Filhos de papai e mamãe querem você se foda, mas que se fodam eles primeiro".

  Ele nunca se sentiu tão só em sua vida, o estômago embrulhado, completamente ansioso. Medo do pai, mas não o medo de apanhar, apenas medo dele.
  Ele pisou os dois pés em casa, deu outros passos e chegou na sala. Aquele cheiro que vinha exclusivamente durante o verão e a primavera o agarrou, cheiro de chá, mesmo que chá não estivesse sendo preparado, ele preferia aquele cheiro do que o do outono, que consistia apenas em madeira prestes a apodrecer e um abafamento insuportável.

-Pai?-Ele disse, olhando pra poltrona no canto da sala, ele sabia que estaria lá.

-Sim.-Apenas isso foi dito.

-Sobre mais cedo...o que eu devo fazer?

-Você fará serviço comunitário, tem sacolas na garagem, você pode pega-las. Você começa amanhã, as 8:00. Não faça eu ter que te acordar, você já é um homem, pode fazer isso sozinho.

-Só isso?-Richie disse, sem parecer saber muito bem o que estava acontecendo.

-Apenas. Agora vá e suba, tome um banho e durma.

-Tá bom senhor.- Ele disse, e obedeceu.

  Subiu delicadamente as escadas, para que não rangessem mais do que rangiam. Ele passou pelo quarto da mãe, ela estava deitada, ele conseguia ver apenas suas pernas sobrepostas na cama, ainda de pés calçados.

  Ele fez o que o pai disse. Foi dormir.