Oh god, that's insane

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ℝ𝕚𝕔𝕙𝕚𝕖

-Então...voltar agora está fora de questão??

-Definitivamente, ir pra casa agora ou depois não vai mudar o meu destino, mamãe me mata.

-Quer dar uma passada no fliperama? Jogar um Streetezinho fighter?

-Prefiro morrer ao entrar naquele lugar.

-Merda.

Eles saíram de lá. Richie empurrava a bicicleta de aparência quase nova se não fosse pelos arranhados da recente queda de Eddie. E eddie andava atrás de Richie. Sempre olhando pra frente.

-A gente pode passar na minha casa, e assistir tv se você quiser.

-Isso é piada?-Eddie disse debochando do convite.

-O mundo é uma piada que eu escrevi meu caro, acha mesmo que eu estaria brincando?Óbvio que sim.-Richie disse numa parada súbita-Mas a parte do convite não. Você pode estar cansado, querendo dormir. Não se sinta especial, você não é o primeiro cara que eu ajudei hoje.

-Ótimo, parabéns bundão. Fazer essa boa ação vai te levar pro céu. Pa-ra-béns.-O garoto disse enquanto simulava palminhas.

-Não enche.

O clima por alguns segundos ficou estranho, como se algo que ele tivesse falado o constrangesse, mas ele não havia falado nada que não fosse corriqueiro do velho Richie, era só o Richie falando merda.

-Porra, esqueci que tenho que estar em casa pelas 18:00, meu pai ordenou, e blá blá blá, você já deve saber. Se quiser eu te levo em casa, com a sua bicicleta, a gente não tem muito tempo...eu não tenho muito tempo, ou eu te deixo perto de casa se você não quiser ir agora.

-Por mim tudo bem, não tem problema.

Dessa vez, Richie levou o tempo pras coisas. Ele dava pedaladas frequentes, mas não estava com a velocidade estúpida de mais cedo. A brisa batia em contraposição ao seu rosto, aquilo era bom, ele se sentiu um pouco livre, mesmo que por pouco. Ele estava tão fixado naquele momento, que ele esqueceu como as coisas estavam em casa. Lembrou de como viver.

Uma parte dele sabia que ele estava triste, uma parte sabia que aquela frase, finalmente, fazia algum sentido. "Uma vida sem amor é insana, mas um amor sem vida acontece todos os dias", uma amor sem vida, era o que ele reconhecia, era o que seus pais nutriam. Ele não era um garoto notável , com um problema único, eram só parentes que não se amavam mais, mas parecia que ali, naqueles dias, meses e anos que eles viveram juntos, ali, não pareciam nunca ter o amado, ou se amado de verdade.

The Service - ReddieOnde histórias criam vida. Descubra agora