Nineteen - fucking crazy

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A quem quer que perguntasse, eu confessaria que estava mais distraído naqueles últimos dias. Talvez até concordaria que eu estava estranho. E fazendo o que eu não queria fazer; chamar atenção de mais.

Eu ligaria para isso – para as aparências – há alguns dias, se não tivesse levado o maior pé na bunda. Bunda essa que ainda reclamava quando eu me sentava em uma superfície muito dura.

Estava deprimido. Estupidamente tinha noção disse. Minhas amigas sabiam, meus amigos suspeitavam. Minha mãe certamente sabia. Katniss e Johanna obviamente sabiam o motivo, embora eu não tivesse contado nada. E me enchiam de mensagens, que não possuíam respostas.

“Isso não vai se repetir.”, “não podemos mais nos encontrar. Não assim.” A voz de Peeta ecoava incessantemente na minha cabeça. Me tirava o sono. Me forçando a reviver tudo o que passamos juntos. Mera fantasia minha, já que não tivemos nada.

Quem é Alice na fila do pão?

Me sinto tão estúpido. Sou tão idiota. Fantasiando feito um pré-adolescente bobo.

Suspirei, remexendo os dedos na colcha de cama. Fitando a janela. Pensando que merda eu estava fazendo. E me perguntando se aquilo era ter o coração partido de verdade? A sensação não era nada legal. Nenhum pouco. Era horrivelmente sufocante.

Ouvi batidas na porta e rapidamente fechei os olhos. Senti o olhar fixo queimando minha nuca, me avaliando. Pensei que a minha mãe já tivesse saído para o serviço. Ledo engano. Estava distraído a esse ponto.

— Sei que você não está dormindo. — Minha mãe falou suavemente. A imagem dela de braços cruzados, no portal, se projetou em minha mente. Tão real quanto a queimação no meu peito.

Ótimo. Nem para fingir que estou dormindo eu sirvo agora.

— Você vai me contar qual é o problema. Ou eu vou ter que bancar a mãe chata, mais do que o normal, até você falar?

— Não a problema algum. — murmurei. Não havia, estava tudo bem nítido e explicado. Se apaixonar era uma bosta. — E você não é chata.

— Claro que não sou. Mas você não me engana com bajulações. — Disse-me — Anda tão cabisbaixo. Estou preocupada. Que fique como da vez que contou para o seu pai que…

— eu estou bem. Juro. Só estou um pouco cansado, sem ânimo.

Disse rapidamente. A última coisa que queria era lembrar do meu pai. Estava surpreso dela ainda não ter entrado no quarto, me arrastado para o banheiro e tentar me congelar com a água fria do chuveiro.

— é por causa do encontro? — Ela perguntou com cuidado.

Respirei profundamente. Senti meus olhos húmidos. Droga!

— Não mamãe, não é isso.

— você quer conversar com o Castor? Posso ver se ele tem um horário…

Ouvi ela mexer na bolsa.

Ótimo. Conversar com o terapeuta. Perfeito. Ela ficou em silêncio de repente.

— Isso é sobre o cara que você estava conversando? Você colocou no viva voz…

Senti o sangue fugir do meu rosto. Meu coração falhar algumas batidas. Meu espírito fez uma breve viajem astral.

— Você ouviu? — Minha voz saiu trêmula. Não ousei encara-la. O quando da minha conversa ela ouviu? As palavras, a intimidade, meu deus…

— não muito, querido. Estava passando no corredor. Era o seu na… ficante?

Sweet teacherOnde histórias criam vida. Descubra agora