Quando o meu celular apitou em cima da cama, nem mesmo a surra – humildemente falando – que eu estava dando em Zeus, pela décima nona vez naquela semana, me manteve de frente para a tevê.
Me levantei num pulo quase que desesperado – pois sabia que era ele.
Havia colocado um toque especial para as mensagens de Peeta, confesso.
Mas somente para identificar e não me distrair caso fosse outra pessoa. Nada mais que isso…
Acabei tropeçando com o fio do controle reserva enroscado no meu calcanhar. E indo direto ao chão. Me senti o próprio Colossus sendo derrubado por Kratos.
De barriga no chão eu gruni, praguejando por minha euforia. Me virei e encarei o teto. Eu estava ficando maluco.
Em meio a minha epifania momentânea eu cheguei aquela conclusão.
— O que foi isso?
Rapidamente virei meu rosto em direção a porta do quarto, de onde a voz viera. Era minha mãe. Com seu olhar – exageradamente – preocupado; usando um conjunto arroxeado do hospital. Os cabelos dourados estavam amarrados firmemente num rabo-de-cavalo. Com a bolsa debaixo do braço, ela estava pronta para ir ao trabalho.
— Hã, nada. — afirmei de pronto, me levantando. — Eu só tropecei no fio.
Apontei para o controle. Observando a mancha rosada que surgiu num dos gomos do meu abdômen.
Minha mãe havia se aproximado enquanto eu me erguia. E aproveitou do meu devaneio – sobre o tom claro da minha pele, que rapidamente mudava de cor – para beijar meu rosto. E não se contentou com apenas um ou dois, ou três.
— Credo mãe…
Me afastei alisando o rosto. Provavelmente estaria sujo de batom.
— credo? — Ela franziu o cenho, com as mãos na cintura. — Até ontem você é quem pedia uma chuva de beijinhos.
Ela murmurou, se tivesse alguém por perto, ela gritaria.
Fiz uma careta. Digna de quem mastigava alho, limão e cebola, enquanto chupava gengibre ao mesmo tempo
— isso é calúnia. — pontuei. Seriamente. As mães não deviam sair falando essas coisas por aí, não mesmo. Minha mãe só espera a oportunidade para falar. Isso quebra a moral de qualquer cara.
— você está estranho. — Ela me observou de cima abaixo, me avaliando, quase julgando.
E eu corei como se ela já soubesse do meu segredo, cujo não deve ser mencionado. Como da vez que encontrou as revistas pornográficas da Johanna debaixo do meu colchão.
— Não estou.
Protestei. Embora meu rosto entregasse. Pois ela sorria. Um sorriso vitorioso.
Merda.
Ela começou:
— Você não vivia encarando ele o tempo todo. — Ela apontou para o meu celular jogado na cama. — de minuto em minuto, esperando… e porque diabos o seu celular geme?
— acho que entendi mãe…
Murmurei emburrado. E resolvi não responder a última pergunta.
— Eu o conheço por acaso?
Ela perguntou dando pulinhos contidos. E meus olhos quase saíram quicando pelo corredor. Competir com a euforia da minha mãe era uma barra.
— QUE? MÃE, não…
— Então tem um cara. Só que eu não o conheço.
— Deuses! Para de ficar inventando coisas…
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Sweet teacher
FanficEra para ser somente mais umas das, incontáveis, imprudentes e estúpidas, brincadeiras da Johanna. Mas algo saiu estranhamente errado. Ou devidamente certo.