Nine - With your ass in hand

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Eu estava com… Hã… O cu na mão, por assim dizer.

Ficar de cara a cara com o homem que você havia trocado imagens íntimas, mensagens prazerosas que lhe renderam boas e incontáveis massagens no pau e sonhos molhados, não era nada fácil.

Um nervoso inominável. A ansiedade estava fazendo a festa. Disparando meu pulso, me fazendo suar frio.

Ainda mais com ele me encarando fixamente com aqueles grandes olhos, intensamente, azuis.

O silêncio absoluto em que aquela sala se encontrava era ensurdecedor. Sentia como se estivesse de frente para um juiz, prestes a escutar o veredicto e ser executado a qualquer momento.

Me remexi desconfortável naquela cadeira de frente para a dele, somente a mesa jazia entre nós.

Podia sentir a ponta do sapato social do professor tocar a do meu tênis. E me sentia um tanto culpado por ficar encarando seus lábios e imaginar mil e uma coisas que eu poderia fazer com eles e mais uma.

Suspirei encarando o relógio. Nervoso com tudo, principalmente com o silêncio dele. Como se estivesse me analisando.

— Professor… O que o senhor quer fazer comigo? Digo: falar…

Perguntei tentando me fazer de desentendido. Eu participei de uma peça de teatro uma vez, quando eu era criança, eu fiz a girafa. EMBORA eu não tivesse fala – ela era muda, infelizmente, que triste. – eu me saí muito bem. Mas eu tive uma leve impressão de que o tom da minha voz entregou o meu nervosismo.

— Só um minuto.

Peeta ergueu o dedo roliço em minha direção. Ele se levantou apressado, caminhou em direção ao forno e diminuiu a temperatura. Acompanhei os seus passos; encarando descaradamente a sua bunda volumosa e o seu malote recheado quando ele se virou.

Acho que tive uma ereção. Um péssimo momento para empaudurecer.

Acho que ele percebeu o meu olhar fixo na sua região pélvica, pois fez uma pequena pausa, seguiu meu olhar e logo apressou o passo. Embora eu tenha ficado sem jeito por ter sido pego no ato, não consegui parar de olhar.

— Cato o que te levou a se inscrever neste curso, dentre tantos outros? — Ele perguntou sério. Assim que se sentou, fazendo o objeto ranger. — Já tem planos para a faculdade?

Fiquei com um pouco de inveja daquela cadeira.

Eu o encarei com o cenho franzido, levemente confuso pela pergunta. Mas vi que ele estava falando sério.

Quase gargalhei de tão relaxado que eu fiquei, por ver do que se tratava o assunto. E não daquele outro que não deve ser mencionado em voz alta.

— Então é isso? — Sussurrei rindo baixinho. E acompanhei uma das sobrancelhas do professor Mellark se erguerem para mim. — porque pergunta isso, professor? — indaguei tentando não transparecer que esperava um outro assunto.

O ouvi soltar um suspiro.

— Vejo que você está mais distraído do que o normal. Como se fosse obrigado a estar aqui. — Ele explicou, entrelaçando os dedos. Me senti um pouco desconfortável, pois era exatamente assim que eu me sentia quando comecei. — Porque se matricular em uma aula sobre algo que você não gosta?

Ele perguntou, parecia chateado. Eu engoli em seco. O aroma dos biscoitos começava a marcar presença na sala.

— Eu gosto das suas aulas, professor. — Afirmei. E não era uma mentira. ‘Tem comida e você’, guardei o resto da frase para mim. — Eu não gostava, no início, confesso. Mas era mais por ter perdido a aposta do que por estar aqui. Não que seja ruim, estar aqui…

Sweet teacherOnde histórias criam vida. Descubra agora