E o diabo mostra a sua face

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ps: eu não achei nenhum vídeo que desse uma base real de um casamento rastafári, então coloquei esse de um casamento hippie que é o mais próximo.

Eu amei por um tempo as possibilidades de ser um monstro que ninguém podia amar, mas agora soa tudo tão patético, e eu só queria ser um cara normal e inseguro que vai pedir sua mulher em casamento porque simplesmente a ama e não porque nosso casamento também vai manter nossa família a salvo.

Quando chegamos no hospital todos correram erguendo suas mangas oferecendo seu sangue incluindo as pessoas da minha família porque agora Perola também fazia parte da família.

Eu sabia que eles acreditarem nisso não era o bastante, e que eu precisava ser forte ainda que eu esteja chorando pelos cantos me sentindo fodidamente culpado pelo que houve.

Nosso casamento ia ser um acordo e eu ia deixar ela ir porque eu não sirvo para ser um marido, não posso ter esperanças que vão deixa-la em paz.

Obviamente quem conseguiu doar sangue para ela foi o seu pai e o banco de sangue do hospital que estava quase vazio agora está relativamente bem abastecido.

O pai dela e Andreia foram os primeiros a entrar e eles disseram que ela parecia assustada até com o barulho do soro como se algo viesse a pegar e também que ela não deixou eles a tocar.

Cancelei por várias vezes minha ida ao seu quarto e deu tanto trabalho para mim chegar até ela que cheguei soando ao seu quarto.

Ela estava trabalhando e dando ordens pelo telefone parecendo uma leoa, mas sua expressão assustada era de um cordeiro.

— Oi — digo e ela desliga o telefone e olha para mim com um sorriso torto — não sou idiota o bastante para perguntar como você está.

— Não deve ter alguém aqui que me entenda melhor do que você — não sei se esse argumento era o bastante, nenhum seria.

— Não é a mesma coisa, mesmo se você fosse criada pelo Mowatt ele te trataria como uma princesa, você não teria que passar pelas mesmas merdas que eu! — Ela balança a cabeça e olha para o chão. — Agora é tarde demais.

— Não, você ainda está viva e eu estou voltando a viver. Acredita que consegui fazer um arco-íris enquanto você dormia? — Foi algo péssimo, mas foi algo — Nunca vou poder agradecer tudo o que você fez, mas posso evitar que essas loucuras ocorram com um casamento e meu afastamento.

Ela me olha confusa e com razão.

— Então quer que eu me case com você e viva como solteira? — Eu confirmo — É um acordo de negócios para te manter segura, você vai ser oficialmente uma Ferrazzo Ramadani e possivelmente uma Mowatt Yardie imagino que seu pai vai querer te blindar por completo. Vai se afogar de vez no mundo dos negócios e ninguém do mundo do crime vai ter coragem de te enfrentar eles já têm medo da lenda que você se tornou.

— Qual é a minha lenda? — Ela pergunta e eu ergo a sobrancelha esquerda.

— A Mowatt mestiça que amoleceu um Ferrazzo Ramadani — ela dá de ombros — cuidar de você é minha obsessão agora e não interessa o quanto tenha que perder para isso.

— Queria que sua obsessão fosse cuidar de você — eu penso em pega-la, mas me impeço a fazer isso e ela sorri em agradecimento.

— Me casar com você vai ser a segunda coisa mais feliz que eu já fiz na minha vida, a segunda se chama contar piadas que te façam rir.

— Quando vai parar de falar essas coisas? — Eu quis responder quando eu morresse, mas eu não achava que isso ia demorar tanto tempo.

Eu sozinho em uma cadeia é quase um atestado de falha e suicídio.

A obsessão do GângsterOnde histórias criam vida. Descubra agora