— Certo, vamos ver se eu entendi.
Foi o que Verônica disse a Lance quando ele fechou a porta do carro, Lance suspirou.
Depois que voltou da casa de Keith, algo em Lance ainda se revirava e o deixava inquieto — a imagem de Keith dormindo e a lembrança de seu peito batendo no mínimo desenfreado, para ser mais exato. Definitivamente, o problema era aquela sensação que vinha o acompanhando por mais tempo que ele gostaria apenas para continuar o deixando inquieto, inquieto ao ponto de não conseguir dormir, inquieto ao ponto de ligar para Verônica no meio da noite.
Claro, aquela não seria a primeira vez em que Lance recorria a irmã mais velha em um momento de euforia que era tão grande que beirava o desconforto — tinha sido assim na primeira noite na casa nova, Verônica já estava morando em um outro lugar perto da faculdade, estudando avidamente, e mesmo assim ela passou metade da noite acordada, conversando com ele até que Lance dormisse, e no dia seguinte, ela ainda apareceu com os bolinhos que ele mais gostava logo pela manhã.
Verônica sempre aparecia para socorrer Lance em qualquer situação que fosse, então, quando ela apareceu para 'casualmente" o dar uma carona até a escola no dia seguinte, ele não ficou surpreso.
O carro fez uma curva, Lance suspirou uma outra vez.
— Uns dias atrás, você foi passar a noite na casa do Keith, certo? — Verônica começou, Lance concordou com a cabeça. — E aí você foi derrubado pelo cachorro, jantou com a mãe dele, e depois subiram para o quarto dele, confere? — Lance concordou mais uma vez. — E depois disso vocês dois ficaram conversando mais, o Keith dormiu primeiro, e você ficou olhando ele dormir, fez um carinho na bochecha dele e depois quase saiu correndo porque você ficou com muita vergonha e borboletas no estômago.
— Eu não disse isso. — Lance resmungou.
— É, mas eu supus que foi isso que aconteceu. — Ela disse. — Okay, ai no dia seguinte rolou uma coisa "pessoal que você não pode me contar", mas que de algum jeito terminou com vocês dois abraçados na cama dele e aí você me disse que...?
— Que não queria soltar ele. — Lance falou em um resmungo ainda mais baixo, Verônica concordou com a cabeça e ponderou por alguns segundos antes de falar.
— É. — Ela disse. — Acho que você está apaixonado, irmãozinho.
— Eu não estou apaixonado! — Lance bradou, cruzando os braços e resmungando outra vez. — Não pelo Keith.
— Mesmo? Tudo o que você me disse que aconteceu prova o contrário.
— Vê, qual é! 'Tá que eu e o Keith somos próximos, mas isso não quer dizer nada.
— Então por que todo esse escândalo?
— Porque o que você 'tá falando é um absurdo!
— Nanana, eu sei como você age com absurdos. Lembra quando eu disse que você seria da Grifinória? Aquilo, nas suas palavras, foi um absurdo e você gentilmente me mandou a merda. É assim que você lida com "absurdos". — Verônica falou, daquela vez os lábios de Lance se apertaram em um biquinho, ela riu. — Olha, Lance, eu não estou dizendo que você está caindo de amores pelo Keith.
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Com Amor, Lance
FanfictionLance poderia viver um clichê. Claro, isso se a garota que ele gosta gostasse dele de volta, se o melhor amigo dele ainda morasse na casa ao lado e se seus pais continuassem casados. Mas se havia um pouco de clichê em sua vida, ele devia aos bilhet...