Capítulo 02 - Um perfeito cavalheiro

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Lance não esperava que aquilo continuasse

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Lance não esperava que aquilo continuasse.

Dois dias após o bilhete em vermelho ter parado em suas mãos e ter sido lido para toda a escola — embora Lance preferisse não se lembrar daquela parte — o assunto "Red" ainda não tinha morrido, na verdade, estava mais popular do que nunca.

Havia perdido a conta de quantas pessoas o perguntaram se ele sabia quem Red era, ou se ela — ou ele, alguns queriam ressaltar, embora Lance já houvesse dito que não tinha interesse em nenhum ele — já tinha chegado e ao menos falado com Lance.

A resposta para todas aquelas perguntas era a mesma: "Não". E ele mal acreditava nos olhares decepcionados que vinham depois daquilo.

Lance também não podia acreditar que o segundo ano havia organizado um "Bolão Red", um pequeno centro de apostas de quem era aquela pessoa. Até chegou a conferir os nomes que estavam escritos, que variavam desde Allura — o que não era tão ruim, podia dizer que tinha uma pequena torcida para que fosse ela — até Kinkade, e sinceramente, precisavam investigar melhor, Lance nem mesmo tinha aulas com ele para que ele soubesse que James havia falado mal de seu moletom.

Mas de um jeito ou de outro, ele decidiu deixar aquilo de lado por dois motivos: Primeiro, dois dias tinham se passado, nenhum outro sinal de vida daquela pessoa, absolutamente nenhuma outra mensagem de Red desde então, e Lance já havia considerado aquilo um evento único e isolado que nunca mais se repetiria.

E segundo, ele estava ocupado demais com os ensaios do musical de fim de ano da escola, ocupado, focado, cento e dez porcento naquilo, porque Lance amava atuar, e porque Lance amava atuar com Allura.

Ele sabia que era talentoso o suficiente para conseguir aquele papel só por suas habilidades, mas ele ainda não podia deixar de se considerar um filha da puta sortudo por ter conseguido justamente o que contracenava com Allura em alguns momentos românticos, pouco importava se ele não era o maior fã de A Noviça Rebelde, valia a pena estar ali.

E em das de ensaio como aquele, quando Lance se sentia torturado por ter que esperar e ficar ouvindo um bando de caras que só estavam ali pelos pontos extras que Coran havia conseguido negociar com Shiro cantarem de um jeito péssimo, ele se lembrava que era Keith que tinha que tocar "Dó Ré Mi" pela terceira vez no violão porque, aparentemente, aqueles caras que conseguiam derrubar qualquer um em um campo eram incapazes de seguir uma música que ensinava a própria escala musical.

Foi engraçado ver o alívio palpável nos olhos de Keith quando Coran deu o ensaio daquele dia por terminado, ele saiu apressadamente do palco levando seu violão, e Lance se sentou na beira do palco, esticando o corpo e soltando um longo bocejo antes que ouvisse os passos pequenos de Allura virem em sua direção, sabia que eram dela, era a única que estava usando saltos aquele dia — se Pidge estivesse lá, conseguiria a ouvir perguntar: "Por que reparou nos sapatos dela?"

Ele também não sabia.

I am sixteen going on seventeen, I know that I'm naïve... — Ela cantarolou, rindo baixinho em seguida antes de se sentar ao lado dele, o oferecendo uma das várias garrafinhas de água que Coran sempre deixava em um isopor por perto. — Isso gruda.

Com Amor, LanceOnde histórias criam vida. Descubra agora