Capítulo Vinte e Nove

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Leonardo estende a mão para me ajudar a sair do carro e eu aceito, tentando manter a pose de dama.

Sinceramente, eu admiro muito essas mulheres que conseguem ficar finas e elegantes o tempo inteiro.
Eu não consigo, apenas tento e já acho que estou arrasando.
Espero que esteja mesmo, porque sabe se lá quando irão tirar fotos do casal sensação pelos cantos.

A mão firme de Leonardo desce para minha cintura e caminhamos para dentro do restaurante maravilhoso que só de olhar meus olhos choram tentando imaginar o quão caro ele deve ser.

Ainda bem que não serei eu que pagarei a conta.

Apesar de carregar um sobrenome um tanto conhecido, meu irmão e eu não possuímos tantas riquezas como alguns imaginam.

Afinal, Donato detonou o pouco que nos sobrava.
O que temos são apenas economias para emergências não muito caras, por favor.

Donato gosta de falar que "nasceu pobre com o espírito de rico".
Mesmo não sendo pobre, ele insiste nessa tecla.

Por ele, o mesmo viveria bancando festas para impressionar quem estiver ao seu redor.
Ele gosta de luxo, gastar e gastar, sem se importar.
No dia seguinte se desaba a chorar.

Por isso falimos.

O hostess nos leva até nossa mesa, puxa a cadeira educadamente para eu me sentar, pede licença e sorri gentilmente ao sair.

Passo o olhar ao redor do ambiente e tudo parece coisa de filme.

Som de violinos de fundo, grandes cristais no teto, mesas redondas grandes o suficiente e pequenas suficientes por toda a extensão. Garçons rodam o perímetro equilibrando bandejas que tenho certeza que são mais caras que meu vestido se possível, apesar de eu não saber o preço.

As pessoas nas mesas conversam baixo para que somente as pessoas que lhes acompanham escutem.
Chique.

Foco minha atenção no Deus greco em minha frente e tenho certeza que meus olhos brilharam, ou minhas pupilas dilataram com a visão.

Como foi que eu consegui chegar até aqui?
Quando que eu perdi o controle da situação presente?
Como é possível eu estar na companhia desse homem, ou melhor o homem?

Acho que compreendi o porquê querer fugir.

Seus olhos estão encarando os meus e eu tenho quase certeza de que ele consegue ver meu interior.

Que lindos maravilhosos olhos verdes são esses?

_Você está ainda mais deslumbrante que o normal, se possível. -Duvido que ele ache isso quando eu acordo no meu período menstrual. Eu fico só a tragédia.

Sorrio com os lábios satisfeita com o elogio.

Nossas taças são preenchidas com vinho rose por um garçom que também dá um angu e tanto.

Desculpem, não dá pra evitar olhar a beleza das pessoas, mesmo que seja de relance.

O garçom se afasta e levo a taça aos lábios sentindo que Leonardo ainda me olha profundamente.

_Eu sei que não é a hora correta, mas eu preciso saber de Cristian. - Sim, eu vou tocar nesse assunto, até porque é a única coisa que passa pela minha mente além de Leonardo.

O mesmo muda seu tom de olhar que agora parece frio.

_Realmente não é a hora correta. Lhe convidei para nos distrairmos de toda essa confusão, mas acho que tudo é só sobre ele que passa pela sua cabeça nos últimos dias, não?

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