Confiança.
Como sempre dizem: anos para conquistar; segundos para perder.
Não posso dizer que Jungkook conquistou a minha assim tão rapidamente, mas, apesar de ainda estar conhecendo-o, eu me sentia seguro em relação a ele. E isso faz parte do processo de confiar em alguém.
Mas agora eu já não sabia o que era real e o que era inventado; ou até fruto da minha imaginação.
Aquilo não podia ser real, não podia.
Podia?
Como era possível?
A verdade sobre Jeon Jungkook finalmente deu as caras, mas eu me encontrava perdido sobre o que fazer com aquela informação.
A tontura se fez presente em mim e eu perdi a noção de tempo e espaço por longos e intensos minutos após aquela revelação.
Desde o feriado nacional, algumas semanas se passaram.
Recebia com frequência suas cartas marcando novos encontros - às quais não pude responder, pois nunca vinham com remetente.
Não perguntei mais sobre o assunto, apesar de continuar desconfiado, e me deixei encantar cada vez mais por suas palavras, sua feição singela e seus beijos - ora castos e tímidos, ora quentes e intensos.
Quanto mais tempo eu passava com ele, mais difícil era dizer adeus quando ele precisava ir.
E durante esse precioso tempo que passávamos juntos, acabei descobrindo mais detalhes de sua personalidade e decorando novas nuances de seus traços.
Frequentamos o AVENIR e o cassino mais algumas vezes, mas o que eu gostava mesmo era quando íamos a um lugar novo - alguns eram novidade até para mim -, e podíamos ficar alguns momentos a sós.
Quando o levei para conhecer o Musée du Louvre - local já conhecido por mim, uma vez que a escola em que estudava quando pequeno realizava visitações periódicas, pois não era possível ver todas as obras do museu em um único dia -, descobri o quão tímido ele ficava cada vez que demonstrava meu afeto por ele em público, apesar de sempre ter a iniciativa de segurar minha mão e entrelaçar nossos dedos.
Quando fomos ao Château de Versailles, percebi como eram encantadoras as marquinhas fundas que apareciam casualmente em suas bochechas, mas que ficavam evidentes quando ele apertava os lábios, por exemplo - concentrado demais admirando e analisando os cômodos do palácio para ser capaz de me notar encarando-o sem parar por tantos segundos.
Uma noite, convidados pelos meus pais, eu, Jungkook, Aimée e Emma fomos assistir a um espetáculo de ópera no famoso Palais Garnier, e foi então que pude admirar, mais uma vez, seus olhos brilhando mais que nunca enquanto ele se encantava pelos pequenos detalhes.
Outros dias, nós apenas andávamos sem pressa pelas ruas movimentadas do centro, parávamos em algum dos inúmeros cafés ou sorveterias, e jogávamos conversa fora por várias horas.
Numa dessas saídas, ele me contou mais abertamente sobre sua vida pessoal e sua relação com a família.
Jungkook era uma pessoa muito reservada, então presumi que àquela altura ele tinha adquirido confiança suficiente em mim e se sentia confortável o bastante para abordar tais assuntos.
- Meus pais se separaram quando eu ainda era uma criança, não foi fácil pra mim. - ele começou manso após um tempo refletindo em silêncio se aquela era a melhor hora. - Como filho único, sempre fui muito apegado aos dois, assim como eles a mim, porém, pouco tempo depois de completar 7 anos, eles começaram a brigar muito, todos os dias. Até que meu pai descobriu a traição que minha mãe vinha cometendo há alguns meses. Ela então resolveu nos largar pelo novo relacionamento com um homem rico e que poderia me dar um futuro melhor, mas a dor e a mágoa estampados no rosto do meu pai fez com que eu escolhesse ficar com ele sem pensar duas vezes. - abaixou a cabeça e fechou os olhos, como se o ressentimento daquela lembrança ainda ardesse em seu peito, mesmo depois de tantos anos.
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Ethereal • {jjk + pjm}
FanficPark Jimin, membro da alta burguesia francesa, sempre foi dedicado à família e aos bons costumes que regiam a década de 20, e, assim como os jovens da época, costumava sair à noite para divertir-se. Porém, um rosto desconhecido despertará o desejo d...