{08 - Four of a kind}

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República da Coreia
Passaport

Sobrenome / Surname
Jeon

Nome / Given names
Jungkook

Data do nascimento / Date of birth
01 SET 1997

Esse sou eu. O verdadeiro Jungkook.

Eu não pretendia omitir por tanto tempo. Tamanho segredo me sufocava a cada encontro, a cada beijo, a cada olhar.

Mas tudo passou tão rápido. Me vi inebriado por sua companhia e já não conseguia mais viver sem vê-lo.

Tentei incontáveis vezes dizer a verdade, explicar como tudo tinha acontecido e desde quando venho parar aqui.

- Jimin, por favor! E-eu posso explicar, eu j-juro! - as palavras saíam emboladas à medida que o medo me dominava. Tudo estava desmoronando muito rápido e eu não sabia como evitar.

Enquanto ele ainda me olhava incrédulo e desconfiado, eu tentava arrumar a linha do tempo na minha cabeça.

Eu não tinha nenhuma garantia de que tudo aquilo faria sentido na cabeça dele, pois nem na minha fazia. Mesmo depois de tanto tempo.

7 meses, pra ser mais exato.

- Estou esperando, Jungkook. - finalmente se pronunciou, sentando no sofá calmamente ainda com meus pertences nas mãos.

Meu passaporte e meu relógio inteligente - coisa que nem se sonhava em existir naquela época.

- C-certo, primeiramente eu quero dizer que sinto muito por ter escondido tudo isso de você por tanto tempo, mas eu não sabia como contar. - respirei fundo, tomando coragem. - Ainda não sei qual vai ser a sua reação sobre isso, só sei que nada vai fazer sentido, mas eu prometo que é a mais pura verdade. - parei mais uma vez pra respirar fundo antes de confessar: - Eu venho de longe, Jimin. E não é só porque Seoul fica há milhares de quilômetros daqui.

Ele apenas afirmou com a cabeça, ainda meio incerto sobre se queria realmente saber o que estava acontecendo ali, naquela fresca - porém turbulenta -, manhã de domingo.

Meados de Dezembro. A primeira neve já havia caído em Seoul, formando uma fina camada esbranquiçada pelas calçadas e telhados, e faltava pouco pra começar o recesso de fim de ano da faculdade.

Hoseok era o único animado com as festividades. Pra falar a verdade, ele andava muito animado com tudo ultimamente.

Eu particularmente não gostava muito, principalmente do Natal.

Na véspera, minha mãe sempre cozinhava pra nós e ficávamos somente nós três reunidos perto da árvore iluminada até a hora da ceia.

Depois que ela nos abandonou e foi morar com o tal empresário, essa era uma das minhas memórias mais dolorosas. Foi então que passei a ignorar tal dia. Eu e meu pai.

Nos anos seguintes, apenas trocávamos presentes, jantávamos cedo e íamos dormir logo depois. Tudo no mais completo silêncio, mesmo que fosse sem querer. Talvez fosse uma forma inconsciente de luto.

5 dias antes dessa data, ao sair da faculdade tarde da noite - depois de passar horas estudando na biblioteca após a aula -, peguei o metrô de volta pra casa, como era de costume.

Mas, naquele dia, tudo mudou.

Ao sair da superfície - iluminada pelos LEDs dos letreiros da cidade -, e mergulhando no subsolo, um pouco antes de chegar na minha estação, o metrô chacoalhou um pouco, fazendo com que as luzes do vagão falhassem rapidamente.

Ethereal • {jjk + pjm}Onde histórias criam vida. Descubra agora