Day 5

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Lauren

Rolo pela cama e puxo um pouco mais o cobertor até meu ombro, me aquecendo na tentativa de voltar a dormir. Rolo mais uma vez e levo um susto quando caio, fazendo um baque surdo.

-Já acordei.- resmungo ficando de pé e jogando o cobertor na cama.

Dou a volta na cama e pego meu celular sobre a mesinha de cabeceira. Bocejo tranquilamente, mesmo vendo que já são uma da tarde. Nunca fui de acordar tarde, mas também nunca fui de dormir tarde demais. Ontem foi bem além do meu horário. Envio uma mensagem de bom dia para Camila, pego algumas coisas e desço para tomar banho e comer alguma coisa. Fico cantarolando pelo caminho, aproveitando que não tem ninguém em casa, trabalhando em minha mente alguma coisa para fazer com Camila hoje.

Pego o celular assim que volto para o quarto e vejo que haviam três notificações, todas de Camila. A preocupação cresce em mim assim que leio as mensagens.

Camila - 13:02

Desculpe, Lolo. Não vou poder ir na sua casa hoje.

Eu acordei morrendo de dor.

Sinto muito.

Lauren - 13:22

Você tem remédio?

Camila - 13:22

Eu acho que acabou... vou tentar algum truque da minha avó.

._.

Dou um sorrisinho pela carinha e aviso que iria passar em alguns minutos. Visto um short, uma blusa verde-musgo de moletom que ia quase além do short e um boné, colocando a aba para trás. Abro minha gaveta e me dou conta de que meu dinheiro estava quase no fim. Mordo o lábio e respiro fundo, pensando em todos os gastos que terei que cortar agora. Arrumar um emprego de um mês não é nada vantajoso. Ponho o dinheiro no bolso e respiro fundo, sabendo que teria que caminhar alguns bons quarteirões até a farmácia mais próxima que me recordo.

Conecto o fone no celular enquanto saio de casa e dou play numa playlist aleatória, ouvindo Uptown Funk começar a tocar. Sem perceber, já estou dançando na rua e atraindo alguns olhares. Finjo não notar e continuo. A música acaba assim que entro na farmácia, olhando todos os lados atrás do remédio para Camila. Entrego a caixinha para a garota e vejo alguns doces no caixa. Evitando os de caramelo, pego três e ponho junto. Pago e caminho rápido para a casa de Camila, imaginando qual pode ser o nível de sua dor no momento. Bato na porta e espero por uns dois minutos.

Começo a ficar preocupada quando ela não abre e bato de novo, torcendo para ela somente não ter ouvido. Meu celular começa a tocar desesperado no bolso e pego, vendo três mensagens de Camila.

Camila - 13:41

Você que está batendo?

Se for, tem uma chave colada sob o tapete.

Pode entrar, estou no meu quarto, decentemente vestida!

Dou uma risada baixa, negando com a cabeça, e me abaixo para pegar a chave onde ela indicou. Destranco a porta e, após trancá-la novamente, caminho até a cozinha. Caminho até o quarto com um copo d'água, o remédio e os doces. Encontro Camila com um braço cobrindo os olhos e uma mão na barriga. Bato na porta e ela tira o braço dos olhos, me olhando e sorrindo. Me sento na cama e mostro o remédio.

-Oh, céus, você é um anjo, Lo!- se senta na cama e pega as coisas da minha mão.- Obrigada por isso.

Recebo um beijo na bochecha e sinto meu rosto esquentar. Assim que ela toma o remédio, se deita novamente., soltando um longo suspiro. Começo a desenhar círculos nas costas de sua mão, sem saber muito o que falar, até lembrar dos doces.

Um mês para ter vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora