Lauren
Sinto um leve puxão na minha blusa e empurro a mão de quem quer que seja. Sinto mais uma vez e rolo para o lado oposto no... sofá?
-Ouch!- resmungo do chão.
-Você tá bem?
Olho pra cima e vejo Camila tirando o casaco, com um sorrisinho de canto. Fico de pé rapidamente, levando a mão à testa para esfregar o ponto dolorido, mas ainda deixo um sorriso no lábios.
-Não se preocupa, um pouco de gelo resolve isso.- abro os braços apontando pra sala toda.- Bem-vinda de volta, Camz!
-O que te faz achar que não vou ligar pra polícia por você ter invadido minha casa?
-Você me ama e sentiu minha falta, além do fato que eu não invadi. Eu abri a porta com a chave extra.- dou de ombros.
-Odeio quando você está certa.- balança a cabeça.
Sinto seus braços rodeando meu pescoço e envolvo sua cintura com os meus, girando a menina algumas vezes e ouvindo sua risada. Assim que ela se firma no chão, me afasto o suficiente só para lhe beijar a testa. Seus olhos possuíam marcas escurar e seu cabelo estava um pouco bagunçado.
-Como você está?- pergunto segurando seu rosto.- Se sente bem?
-Eu vou ficar bem.- balança a cabeça uma vez.- Não precisa se preocupar, ok?
-Sempre, babe.- recebo um beijo na bochecha.- Gostou do que fiz?
Aponto mais uma vez a sala, mostrando os balões que amarrei, o cartaz escrito "Bem-vinda de volta!" e um bolo na mesa. Talvez eu tenha exagerado, mas o bolo era só pra fazer charme. Ele faz parte do café da manhã que montei na cozinha. Certo, provavelmente eu exagerei, me julgue!
-Isso parece meu aniversário, e ele está um pouco distante, mas eu amei.- sorri.- Vai ter que repetir isso no meu aniversário, eu vou cobrar.
Fico estática na sala, enquanto ela caminha até o quarto. Inferno, por um momento eu havia me esquecido que ela não sabe que vou embora em alguns dias. Respiro fundo e me recomponho, levando o bolo para a cozinha e arrumando na mesa. Talvez eu tenha muita coisa para contar a ela, só preciso do momento certo para isso. Levanto a cabeça ouvindo os passos próximos e vejo Camila indo até o refrigerador.
-Aqui, pega.- me estende uma bolsa de gelo.- Para evitar um galo.
-Obrigada, Camz.- sorrio.- Acertei no café da manhã?
-Você caprichou nisso por mim?
-Você merece.- dou de ombros.
-Vai ter que comer comigo e isso é uma ordem, dona Lauren!
Ergo uma sobrancelha para ela e jogo o gelo para a pia, acompanhando a senhorita mandona no café da manhã. Passando por cima de todos os meus pedidos e argumentos, ela se arrumou para ir à faculdade. O único pedido que não negou foi que eu a acompanhasse até lá.
E é exatamente por isso que estou andando quase como um pinguim na rua, travada e tensa. Tão de repente quanto um piscar de olhos ela entrelaçou a mão na minha e abraçou meu braço.
-Camz, você tem-
-Certeza de vir? Sim, Lo, eu tenho.- balança a cabeça uma vez.- Não precisa ficar tão preocupada.
-Você acabou de... você sabe. Você poderia ficar em casa, se dar um tempo, entende?
-Acho que ficar em casa seria pior, Lo. Fica sozinha, no silêncio. É como diz o ditado: "Mente vazia, oficina do diabo."
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Um mês para ter você
Hayran KurguDevido as recorrentes mudanças que faziam por conta da empresa de seu pai, Lauren nunca conseguiu se apegar a alguém o suficiente para se apaixonar. Nem mesmo fazia questão de pensar num daqueles "encontros casuais", ela simplesmente detestava a ide...