Queria poder me sentar ali para então assimiliar tudo que acabei de ouvir, o turbilhão de sensações que fizeram meu corpo amolecer até quase se quebrantar inteiro. Mas eu não tinha cabeça e nem tempo para isso, eu precisava ver como os dois estavam. Corri de volta para minha casa, até um pouco rápido do que eu habitualmente correria.
ㅡ Pai!! ㅡ Hoseok estava ajoelhado no chão, com a mão no peito como se tivesse sido atingido, seus olhos estavam cheio de lágrimas mas não havia nenhum hematoma em seu rosto. O assisti instantaneamente, sabia que usaria seus chifres pra se defender, mas eles pareciam estar intactos. ㅡ Wonho... Pai, o que você fez?!! O que está fazendo?!!
ㅡ Eu tenho que exterminar esse veadinho! ㅡ Foi nesse momento em que olhei de cima a baixo, percebendo suas patinhas de cervo fazendo potoc-toc no asfalto oco. Meus olhos saltaram da cara e o arpão estava pronto pra disparar na direção do híbrido novamente.
ㅡ V-Você sabe o que é isso, Chae... ㅡ Hoseok falou procurando ar pra respirar, neguei me mantendo a frente, se ele quisesse matar Hoseok pois teria que me matar primeiro. ㅡ Isso é disputa de território... Seu pai não quer o perder para outro cervo macho, que sou eu.
ㅡ a. ㅡ Faz sentido. E pensar que esse tempo todo, eu pensei que meu pai odiasse Hoseok por ele ser uma criatura da floresta... Apenas estavam lidando com a sua parte híbrida e suas consequências. ㅡ V-Você consegue ganhar, não é??
ㅡ Confio nos meus chifres, baby. ㅡ Sorriu sapeca e me beijou na testa, me tirando do caminho. Ver aquilo me deixou ainda mais gamado naquele veado, até um pouco excitado, confesso.
ㅡ Ha. O que acha que essa tiara de carnaval vai me fazer, huh? Com uma dessas incravadas no seu peito, não vai ter nem flashback da vida passando pelos olhos de tão rápido.
Hoseok inclinou o rosto pra frente, bastante concentrado. Porra, tão viril... Deixou seus chifres reluzentes em destaque, os quais meu pai não pode fazer muita coisa se não olhar. Aqueles chifres tinham me aproximado de Hoseok, aqueles chifres havia feito, de certa forma, eu conhecer sobre mim mesmo, conhecer o amor e desapegar dos meus medos. Aqueles chifres, aquela galhada magnifíca na cabeça de Hoseok revirou minha vida, mas agora... Acho que não posso mais viver sem ela, assim como não posso viver sem a pessoa que a possui.
Hoseok bufou e soltou um berro, seu peito ficou bem estufado, como se tivesse dito e imposto que o território pertencia a ele. Ganhava quem tinha o maior chifre... E meu pai não tinha nenhum. Foi desarmado, apenas com um urro. Hipnotizado pelos galhos, caiu ajoelhado no chão, abaixando a cabeça acovardado.
ㅡ Que coisa de louco... ㅡ Eu falei para minha mãe, que assistiu a disputa tão entretida quanto eu. Simplesmente não dava de acreditar que essa seria minha realidade daqui pra frente.
ㅡ Ele sempre fazia isso. Por isso fui embora. Seu pai, é bastante territorialista. ㅡ Ela falou, fazendo carinho em meus cabelos antes de me depositar um beijo na testa. ㅡ A briga com outros cervos sempre o deixava machucado, era um saco. Tudo isso, reflexo do crime ocorrido em sua família. ㅡ Engoli a seco.
Hoseok chegou mais perto do meu pai, eu já previa uma briga de búfalos, mas o veado apenas mexeu nos cabelos e se ajoelhou perante ele com um sorriso fofo nos lábios.
ㅡ Sr. Chae... O senhor me permite namorar o seu filho? Estou profundamente apaixonado por ele, posso não ser um par perfeito, mas... Eu tentaria, com todas as minhas forças, faria de tudo para vê-lo feliz. ㅡ Senti minhas bochechas flamejarem. ㅡ Vê? Não é só a nossa parte selvagem e a desgraça na família que temos em comum. Você e eu, nós dois, amamos e queremos o bem de Hyungwon.
Meu pai balançou a cabeça um pouco hesitante, mas no fim, deu um sorriso de canto e o aceitou, abrindo os braços para um abraço caloroso, mas cuidadoso para não ser machucado. Finalmente, aquilo tinha se concretizado. Minha família estava totalmente de acordo com meu namoro e eu não precisava mais esconder isso. Além do mais, Hoseok e meu pai viraram parceiros, formando um belo bando de dois cervos.
( ... )
Andei de mãos dadas ao meu cervo pela floresta, onde ele insistiu de morar, onde eu sabia que o encontraria caso precisasse, e onde ele julgava ser o seu lugar. Não me contive em roubar um ou dois selinhos durante o trajeto, mas um pouco medroso pelas palavras anteriores de meu pai.
ㅡ Está com medo? ㅡ Ele questionou quando nos sentamos à beira do lago, onde criamos muitas memórias juntos.
ㅡ ... E se você virar um macho territórialista daqui pra frente também, Hoseok... E se você quiser disputar por outras fêmeas? Eu não quero que você se machuque. ㅡ É, eu já sabia de tudo que um cervo faz mesmo que contra a sua vontade.
ㅡ Chae, eu não sou assim! ㅡ Ele riu bobo me confortando. ㅡ Eu já sabia que seu pai era um híbrido faz um tempinho, senti o seu cheiro... Na época eu não sabia bem o que era, mas era como um pressentimento de que eu devia estar preparado.
ㅡ ... Ai, por que não me disse nada?! Eu sou sempre o último a saber. ㅡ Pus as mãos em minha cintura.
ㅡ Você... Ia conseguir lidar com isso? ㅡ Olhou-me de cima a baixo com as bochechas infladas. Hoseok era malditamente fofo, não conseguia entender porque as pessoas se assustavam consigo.
ㅡ ... Não, não ia não. ㅡ Abraçei sua cintura e beijei em seu pescoço, lentamente. ㅡ E quanto a disputar por fêmeas, Shin Hoseok?
ㅡ Hmn... Quanto a isso... Você não deve se preocupar. Você é o único cervo-fêmea que eu quero. ㅡ Selou meus lábios rapidamente. ㅡ É o único por quem estou realmente atraído, é quem eu amo, Hyungwon. ㅡ Ele falou tão sereno e calmo que podia sentir nossos corações vibrando em uma única sincronia. ㅡ E eu te amaria mesmo sem meus chifres.
ㅡ ... Eu te amaria também, Hoseok.
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FIM
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SWISH | MONSTA X
Fanfichyungwonho + changki + joohyukwoo Chae Hyungwon decide abrigar e esconder uma criatura mística híbrida que encontrou no meio da floresta dentro de casa, sem contar com a rasteira do destino, que o fizera se apaixonar pelo tal. Agora, teme lidar com...