overflowing

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Voltei para casa de Changkyun cabisbaixo pensando naquilo. Como eu poderia ter nascido uma "aberração" como Hoseok? Mas obviamente aquela era a explicação mais plausível para tudo que eu estava sentindo, mesmo que a ideia fosse louca ou surreal. Chang nos cedeu espaço na garagem, para esconder o de chifres até encontrarmos uma toca segura, mesmo que ele diga porções de vezes que o lugar dele é na floresta. Eu não conseguia ficar longe dele.

ㅡ ... Está matando ele assim. ㅡ Disse observando o pedaço de carne em cima da mesa, enquanto Hoseok observava o prato sem ao menos se mexer. Joguei uma porção de frutas e folhas para o mesmo, seu sorriso surgiu de forma automática, bem como seu apetite animal. Por Deus, eu queria cuidar dele a minha vida toda, não sabia que um híbrido de cervo podia ser tão fofo. ㅡ Você, como futuro biólogo, devia saber que cervos não são carnívoros.

ㅡ É, mas ele não é um cervo, é um híbrido. Ele tem uma parte humana, e humanos comem de tudo. ㅡ Changkyun me rebateu, desistindo de comer a carne pra não fazer daquele jantar uma tortura traumática para meu veadinho. Puxei uma cadeira também e me sentei, acompanhando o apetite de Hoseok. Ou melhor, apenas o observei comer. Seu rosto estava ficando sujo e laranja do pedaço de mamão.

ㅡ Aigoo, ele come com semente e tudo?? ㅡ Changkyun tomou uma maçã para si a comendo como um ser humano comeria. Acabei rindo bobo pela cena.

ㅡ Você gosta de mamão, Wonho? ㅡ Perguntei, atentando à como ele comia com bastante gosto. ㅡ Ele apenas concordou com a boca cheia, partindo agora para o cacho de bananas, sem precisar descascar, apenas jogava o conteúdo na boca. ㅡ Ora, quem sabe se adotarmos a dieta do Wonho fiquemos mais saudáveis.

ㅡ 'Tá brincando?! Ele come capim! ㅡ Chang me fez gargalhar.

ㅡ E é uma delícia, okay? ㅡ Wonho rebateu com a boca cheia mais uma vez. Acabei pegando uma banana para comer também. ㅡ Sendo assim, vocês não precisam, não precisam procurar alimentos pra mim. Eu encontro tudo ali no seu quintal, Changkyun.

ㅡ Awn... Que ingrato, eu peguei uma fila enorme no mercado pra comprar essas coisas pra você, sabia? ㅡ O híbrido deu de ombros fazendo Chang sorrir mais uma vez.

ㅡ Eu não estou reclamando, na verdade, obrigado por cuidarem e se sacrificarem assim por mim, mas... As coisas da natureza tem um gosto melhor. ㅡ Aposto que tinham mesmo, distante das indústrias e dos agrotóxicos, os alimentos naturais sempre tem um gosto melhor.

De banquete servido, nos instalamos na garagem, pequena, mas habitável, escondidos entre os instrumentos de caça e entulhos da casa de Changkyun. Ele deitou cuidadosamente, sem conseguir encostar a cabeça no chão, os chifres a deixavam suspendida. Ele parecia bastante pequeno e vulnerável naquela forma. Suspirei e ocupei o outro lado da toalha. Mesmo que eu tivesse casa para ir, eu queria estar ali, queria estar ao lado de Hoseok.

ㅡ Porque todo mundo tem um arpão? ㅡ Quebrou o silêncio, observando uma flecha apontada em nossa direção.

ㅡ As pessoas dessa cidade são mais loucas ainda. ㅡ O respondi fazendo um estalo com a língua. ㅡ Seus chifres pesam?

ㅡ Só quando lembro que os tenho. ㅡ Sua voz sonolenta era bastante fofa, me aproximei mais e me deitei, de frente para ele. Acariciei seu rosto redondo e brilhante, cheio de vida, rosado e quente. Seu sorriso era tão lindo que deixava meu pobre coração errando as batidas.

ㅡ Não é difícil se acostumar com eles. ㅡ Os toquei de forma suave, logo descendo os dedos pelos fios emaranhados do seu cabelo, até o começo dos chifres. Ele suspirou colocando a mão em minha cintura. ㅡ Está tentando me seduzir com eles?

ㅡ Eu já tentei tirá-los. ㅡ Abriu os olhos mais uma vez, me deixando alerta. ㅡ Tentei cortar, quebrar, não queria me olhar no espelho e ver um monstro com chifres refletidos, Hyungwon, eu não queria... Mas desisti porque percebi que você gosta.

ㅡ ... Sim, eu gosto. E você não é monstro, você é adorável. ㅡ Repeti, mas repetiria milhões de vezes se fosse preciso. Wonho se aconchegou mais e mais fazendo minhas bochechas praticamente flamejarem. Sua boca carnuda já estava bastante perto da minha e os hormônios se fizeram presente naquele exato momento. ㅡ ... Eu quero sentir tudo, Hoseok. ㅡ Sussurrei, não conseguindo controlar as reações que meu corpo produzia involuntariamente.

Puxei sua destra até minha região mais sensível. Se eu era uma cerva no cio, estava preparado para me entregar à forças da minha natureza, a deixar meu instinto animal se alimentar do momento.

ㅡ Você quer me sentir? ㅡ Concordei me sentindo ainda mais apassivado. Wonho também já estava pronto, o cheiro gostoso que emanava ficava cada vez mais entorpecente.

ㅡ Eu sou a sua fêmea. ㅡ Sussurrei. Ele passou a desabotoar do pijama preto antes de me atacar com beijos e mordidas ao redor de todo o tronco.

( ... )

Sonolento, fechei meus olhos devagar na sala de aula, tentando me manter vivo a cada palavra proferida pelo professor, mas não era tão fácil. Wonho era bastante forte e rápido, parecia que meu corpo havia sido torcido como se torce uma roupa molhada... Mas cada toque, cada investida da noite anterior parecia ter valido totalmente a pena.

ㅡ Hehe. Cara de quem deu e gostou. ㅡ Kihyun disse fechando o fichário. Apenas ele havia restado do nosso squad, Jooheon fugiu para teclar novamente com o ser imaginário, levando Minhyuk a ter uma crise repentina. ㅡ ... Você vai ficar aí?

ㅡ ... Han? ㅡ Kihyun riu da minha feição e se ajoelhou a minha frente, abrindo um pouco minha roupa e presenciando todas as marcas de Wonho.

ㅡ ... Foi a sua primeira vez? ㅡ Me confortou, passando os dedos devagar em meu peito. ㅡ Porra. Ele é um animal mesmo... ㅡ Concordei para as duas contestações. Hoseok não parecia ter "copulado" comigo, parecia ter me quebrado ao meio. ㅡ ... Aish, Wonie, o peça para pegar mais leve com você, selvageria é bom, mas quando a dor supera o prazer... Já não é mais legal. ㅡ Sorri mínimo.

ㅡ ... Além da dor, Kihyun, eu me sinto meio... Estranho. ㅡ Confessei, me encolhendo em meus próprios braços.

SWISH | MONSTA XOnde histórias criam vida. Descubra agora