Capítulo 3

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Após quase uma semana, Vini finalmente saiu do hospital, o que me deixou muito contente

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Após quase uma semana, Vini finalmente saiu do hospital, o que me deixou muito contente. Mas o que mais me animou foi saber de uma coisa: aquele cara com quem me encontrei no estacionamento é irmão do Vini. Isso explica o fato dele ser tão gato e gostoso. Tá no sangue. Soube que são irmãos pela própria Cris, ao contar sobre meu encontro inusitado com o "homem gato". Eu quis pegar o telefone dele, mas Cris me disse que ele havia mudado de telefone e não sabia seu novo número.

Fiquei mais triste ainda em saber que ele voltaria para sua cidade no dia seguinte ao nosso encontro no estacionamento.

Mas extremamente jubilosa em saber que em duas semanas ele voltaria para Brasília, dessa vez para morar. Eu mal poderia esperar para reencontrá-lo.

Enquanto isso, ia pegando os gatinhos daqui mesmo. A balada dessa noite foi intensa e meus pés calejados faziam questão de me lembrar disso. Tanto que mal aguentei caminhar do Uber até os altos portões da minha casa. Usei minha chave para entrar e mais uma longa caminhada entre os jardins e a entrada da porta da sala me aguardava. Sinceramente, nunca soube o motivo dessa casa ser tão grande, já que moramos apenas eu, meu pai e alguns empregados.

A lua iluminava o caminho, facilitando meus passos cambaleantes. Acho que exagerei nas doses dessa noite, mas se comparar com outros dias me consideraria muito lúcida nesta noite.

Piso de leve contra o piso e subo as escadas medindo o som de cada passo para não fazer nenhum barulho, conseguindo entrar no meu quarto sem ser vista.

— Aaaaah!

— Menina! Ssshhhh! Vai acordar os vizinhos. Sou eu, seu pai.

Com o coração aos pulos aperto o interruptor e a luz ilumina meu quarto, revelando o homem alto de óculos e robe preto.

Ele cruza os braços sobre o peito e sua testa se enruga enquanto observa o pequeno relógio que pegou em cima da minha mesinha de cabeceira.

— Cinco e meia da manhã. Hoje bateu o record. Pode até entrar para o Guinness Book — ele ironiza.

— Não enche — falo jogando meus sapatos em um canto.

— Você está cada dia pior, Mariana.

— Tenho 25 anos. O que você quer que eu faça? Fique em casa o dia inteiro fazendo tricô? — Me jogo na poltrona e inclino a cabeça para trás para me preparar para um longo sermão. Tudo o que eu queria era me deitar e dormir, mas terei que esperar mais um pouco. Os discursos do meu pai são longos e entediantes.

— Sei que você é jovem e que os jovens adoram se divertir, mas acho que você passa muito dos limites. No mês passado tive que mandar o Eusébio te buscar porque você me ligou às quatro da manhã dizendo que estava numa prisão. E por quê? Por participar de uma corrida ilegal em que poderia ter perdido a vida.

— Qual o problema de eu querer imitar as cenas do filme "Velozes e Furiosos"? Acho que é o sonho de todos os fãs repetir aquelas cenas dos rachas. E nem houve acidente. Só a polícia que apareceu para estragar a nossa brincadeirinha inocente.

Apartamento 302 (Série Apartamento - Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora