Capítulo 13

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Tá legal, admito

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Tá legal, admito. Eu sou uma bunda mole. Não cumpri com a minha palavra.

Mas não dava pra continuar morando naquela casa. Juro que tentei relevar, deixar pra lá, mas não deu.

Quando eu ia na cozinha beber água, lá estavam os dois se agarrando. Quando eu ia para a sala ver a programação da TV porque estava cansada da tela pequena do meu Iphone, lá estavam os dois se agarrando. Quando eu estava apertada pra fazer xixi e queria ir ao banheiro, lá estavam os dois se agarrando. Quando eu pensava que poderia dormir ou tirar um cochilo, lá estavam os dois se agarrando.

Não deu mais.

Tudo piorou quando Cris decidiu se mudar do apartamento, e então virei a vela do casal. E eu até poderia ir morar com ela, mas acontece que o apartamento para onde ela se mudou tem apenas um quarto. E o noivo também ia morar com ela, então não seria legal.

O que eu menos queria nessa vida era voltar para o apartamento da pessoa que me considera vulgar, mas era aqui ou ir para debaixo da ponte.

Ele fica me encarando daquela mesma forma embasbacada de quando vim parar aqui no seu apartamento pela primeira vez.

— Oi de novo — digo curvando levemente o canto dos lábios.

— Oi.

— Lembra quando disse que se eu precisasse voltar as portas estariam sempre abertas? Então, acho que vou precisar agora. Me ajuda com as malas?

— Eu... — ele ainda parece muito confuso.

Não deixo ele pensar muito e vou logo entrando, deixando as malas para que ele carregue. Afinal, ele é homem. Vou direto para aquele quarto, que se encontra exatamente como eu deixei. Ele demora muito para trazer as minhas malas. Quando volto na sala vejo ele no mesmo lugar, coçando a nuca e olhando para as minhas malas.

— Ei, o que está esperando para trazer as minhas malas? — Pergunto e ele finalmente acorda.

— Vai... morar aqui de novo ou só passar uns dias?

— Bem, eu... não sei, na verdade. Mas garanto que é só até eu conseguir um outro lugar pra morar. A Cris saiu do apartamento e sobrou só eu. Não quero ficar morando com o casal. Por favor, Leo, quebra mais esse galho. Não tenho pra onde ir — faço minha melhor imitação de gato de botas.

Ele pensa alguns segundos enquanto me olha.

Suspira e solta os ombros.

— Está bem.

Pulo no meu lugar batendo palmas com euforia.

***

Ok.

Estou morando com ele de novo.

Só posso estar ficando biruta. Quero dizer, o cara me chamou de vulgar, eu não deveria estar aqui de novo.

Apartamento 302 (Série Apartamento - Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora