Capítulo 7

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Pego meu R8 e vou direto para casa, pisando fundo no acelerador

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Pego meu R8 e vou direto para casa, pisando fundo no acelerador. Onde já se viu me expulsar da minha própria casa? Ele agora terá que me ouvir. E se ele não quiser me ouvir, volto com todos os advogados que eu conseguir arranjar.

Estaciono em frente à mansão, saio do carro e bato a porta com força. Testo a minha chave mais uma vez só por garantia, mas é claro que ela não funciona. Aperto o dedo indicador freneticamente quase afundando o botão do interfone e só paro quando alguém atende.

— Mansão dos Fontini — reconheço a voz doce da Tia Lu na mesma hora.

— Oi, Tia Lu. Sou eu, a Mari. Meu pai está em casa?

— Está sim.

— Você pode abrir a porta pra mim? — Pergunto já imaginando que ela deve ter recebido ordens para não abrir a porta pra mim.

Mas para a minha surpresa, o portão abre. Achei que teria que ficar aqui de fora gritando que nem uma louca.

Entro e vou pisando duro e soltando espuma pela boca. A Tia Lu abre a porta da frente e me recebe amorosamente com um beijo no rosto e um abraço que faz diminuir um pouco a minha raiva. Retribuo o abraço apertando seu corpo rechonchudo. Eu gosto muito da Tia Lu. Sua alegria sempre levanta o meu alto astral. Quando eu era pequena, enquanto meu pai ficava ocupado demais no trabalho para me dar atenção, a Tia Lu cuidava de mim e fazia tudo o que meu pai deveria fazer, brincar comigo e me dar atenção. Tia Lu é como a minha segunda mãe. A minha mãe verdadeira morreu de câncer quando eu tinha cinco anos.

— Minha cenourinha! — Tia Lu me chama assim devido ao meu cabelo laranja. O apelido é meio ridículo, mas me acostumei com ele desde pequena. E eu até prefiro que ela me chame assim. Mas só aceito que Tia Lu me chame assim. — Você chegou mais tarde hoje que nos outros dias — Ela me lança um olhar de repreensão. — Onde a senhorita estava até essa hora?

— Acho que meu pai não te falou que vim aqui ontem à noite e gritei que nem uma louca pra ele abrir a porta pra mim. Fui despachada da minha própria casa.

Tia Lu arregala seus pequenos castanhos.

— Te despachou? Como assim, Cenourinha?

— Pois é, Tia Lu. Fui expulsa da minha própria casa. Só acho estranho que meu pai não tenha te avisado nada. Pensei que ele fosse avisar a todos os empregados da casa para barrar a minha entrada.

— E por que seu pai iria te expulsar de casa? Não estou entendendo, Cenourinha.

— Depois eu te explico. Agora preciso conversar com ele.

— Seu pai pediu para te avisar que está esperando no escritório.

— Ah, ele está me esperando, é? Que bom.

— O que está havendo, Cenourinha?

— Só alguns problemas, Tia Lu. Mas nada que não se possa resolver. Vou lá falar com ele.

Apartamento 302 (Série Apartamento - Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora