Capítulo 13

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Depois do ocorrido, Arturo precisou de um analgésico, as costas incomodavam, mas já era de se esperar, doía, mas conseguia suportar, além disso, procurava não demonstrar o incomodo para Eduardo que se culpava desde a hora do acontecido até a hora em que deitaram para dormir, o mais velho tendo que dormir de bruços, já que com as costas de encontra ao coxão incentivava a dor.

Dividiram a cama entre eles e com as crianças, não percebiam que nesses momentos agiam de forma tão espontânea, dividiam cada vez mas a cama, não que não fizessem isso antes, mas recentemente mesmo sem perceber ambos até na hora de dormir necessitavam da presença um do outro e todas as vezes os meninos estavam juntos, se sentiam confortáveis nessa configuração.

Essas Brincadeiras entre eles aconteciam algumas vezes, Eduardo sempre o desafiava, porém perdia na maioria das vezes, nunca tinha resultado no que aconteceu hoje, até porque o mais velho, era consciente da sua estrutura física e força em relação ao amigo, costumava o chamar de magricela, levando em consideração que era o menor dos dois e o mais magro também.

Tinha bastante cuidado para não machuca-lo, no entanto hoje ele foi quem se machucou, mas em sua cabeça, chegou a conclusão que antes ele do que Eduardo.

O mais novo mais uma vez dormiu primeiro, antes deu mamadeira as crianças que pareciam dispostas a dormir até amanhecer o que fez ambos agradeceram por isso, logo depois foi o mais velho quem dormiu pensando que seria desconfortável dirigir por uma hora com esse ferimento nas costas já que Eduardo não sabia dirigir, coisa que já tentaram várias vezes, mas parecia que o amigo não tinha coordenação motora para aquilo, batera o carro em todas as vezes que decidiam práticar.

Contudo, Arturo não contou com um fator desconhecido que o assolou durante o seu sono, o mesmo sonhou com o amigo, mas o teor do sonho o fez acordar assustado.

"Ele não entendia porque Eduardo estava zangado, tinham ido para uma recepção do trabalho e desde a metade dela estava dessa forma:

- Não estou entendo esse mau humor todo. - falou Arturo, tirando os sapatos, depois a camisa e em seguida sentando no sofá.

Silêncio foi o que recebeu como resposta e isso o aborreceu mais ainda.

Levantou e foi ao encontro do mais novo na cozinha afim de entender o que estava acontecendo. Chegando lá o encontrou de costas escorado do balcão bebendo água.

- Fazendo drama a esse horário? - Perguntou sério, ali no sonho, percebeu também ser impaciente.

Eduardo mais uma vez o ignorou, pondo o copo na pia e seguindo para sala, no entanto antes de atravessar a porta o amigo o conteve e o colocou no vão da porta, com as costas grudadas lá.

- Que foi meu nego, desde a festa ta assim - Cheirou o pescoço do mais novo, subindo beijos molhados dali à boxexa, quando foi para boca o outro virou o rosto, no entanto percebeu que aquilo parecia ser algo comum para ambos, já que o mais velho sentia muito prazer em fazer aquilo e o outro parecia perceber.

- Não quero carinho - Falou Eduardo de uma forma manhosa, tentando se manter firme aos toques do parceiro que agora apertava sua bunda.

- Faz assim comigo não, me diz o que eu fiz, sabe que não gosto quando me ignora - beijou os olhos dele e olhou, esse que estava de olhos fechados, agora já entregue ao mais velho que riu ladino.

- Aquela sua colega lá, ficou o tempo todo em cima de você - falou agora mais contido, pois aquela lembrança tinha feito sua raiva voltar, diferente do mais velho que se perdia beijando as partes expostas do corpo do outro - Ela faz isso de proposito - sentenciou e tentou se afastar.

- É.... - o olhou sério e dominante - Vou te mostrar que tudo o que eu preciso eu já tenho em casa.

E com isso a mão que estava na bunda do mais novo foi em direção as cochas, puxando com voracidade aquela perna para seu quadril, mergulhando em um beijo quente, que fez ambos gemerem na boca um do outro. Quando ambos precisaram de ar separaram-se, deixando as testas unidas, um sentindo a respiração ofegante do outro.

- Eu amo você porra, amo demais - ditou e com isso pôs o mais novo no colo, indo ao que parecia ser o quarto dos dois."

E foi com o olhar apaixonado de Eduardo que Arturo acordou, ofegante, assustado e para sua vergonha, veio de volta à realidade com o pênis ereto. Ele olhou perturbado para aquilo, tentando normalizar sua respiração e em seguida para o amigo que ainda dormia sereno do outro lado.

Arturo não acreditou que aquilo havia acontecido, ele tinha tido um sonho erótico com Eduardo, não acreditava que no sonho eles pareciam muito convictos das trocas de carinho e que o desejo e amor era reciproco de forma palpável.

Olhou no relógio e viu que apenas se passaram duas horas desde a hora em que haviam se deitado, se mexeu de forma desconfortável, seu pênis não queria baixar e estava causando incômodo, se culpou por estar naquela situação na cama em que seus filhos estavam e pior ainda, onde Duda dormia alheio á isso.

Não compreendia também a motivação desse sonho, são amigos por anos e isso nunca aconteceu, além disso, era hétero e de forma alguma nunca se sentiu atraído pelo mesmo sexo, Eduardo era o único qual divia a cama, baijava e abraçava, sempre fazia isso, porque o amigo era carente e muito afetivo, desde a faculdade e em tese sabia a motivação disso, no entanto, nunca se questionaram do carinho existente entre eles, mas com isso agora, tentava chegar a um denominador, uma conclusão ou gatilho para o sonho.

Não importava o fato do amigo ser gay, o tinha conhecido dessa maneira e ambos se aceitaram com suas diferenças, se aceitaram porque sentiram e sentem um no outro um ponto de paz e confiança. E para ambos nada jamais pode abalar aquela relação de amizade que construíram. Nunca se conteve a nada pelo amigo ser gay, trocava de roupa em sua frente, muitas vezes Eduardo tinha mania de invadir o banheiro quando estava tomando banho, coisas que foram se adaptando durante o longo tempo de amizade entre eles.

Além disso, Arturo queria que o amigo confiasse nele, tinha muito receio de algo o acontecer, das maldades que as pessoas podem fazer contra ele, sempre foi muito protetor, sempre olhava a ficha criminal dos homens que saia, ele não gostava dessa situação, mas Eduardo é uma das suas principais prioridades da vida dele.

Dentre as divagações, percebeu que seu membro voltou ao normal, todavia, não conseguiu mais dormir ficou na cama, olhando os filhos e o amigo, pensando que aquele sonho não fez bem a seu estado emocional, porém mais uma vez reprimiu aquilo, com a justificativa de não ter tempo e paciência para essas coisas.

Olhando para Eduardo percebia a beleza singular do amigo, sempre o achou um homem lindo, costumava dizer que era um menino homem, era muito espirituoso e nao se preocupava em sempre exercer o papel de adulto responsável, diferente de Arturo que sempre se cobrou disso e era isso.

De certa forma, lá no seu inconsciente era justificável ter sonhado daquela forma com ele, era lindo, sagaz e sem perceber sensual, não gostava de imagina-lo dessa forma, no seu consciente esse pensamento nem se formava, mas por outro lado, seu inconsciente martelava essas questões.

Eduardo, era muito reservardo na sua vida amorasa, tinham isso em comum, mas de todas as vezes que viu o amigo acompanhado o que contabiliza poucas vezes, sempre estava na presença de homens muito bem portados, todos pareciam sucumbir ao mais novo, sempre doce e compreensível, não entendia, porque aqueles encontros não duravam mais que uma noite, mas lá no seu inconsciente de novo, algo dizia que aquele sentimento era alívio. Alívio de têr-lo novamente só pra si.

SEMPRE FOI VOCÊ - ROMANCE GAYOnde histórias criam vida. Descubra agora