Capítulo 22

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Naquele mesmo dia Arturo voltou na delegacia para iniciar o procedimento que faria no caso de Alberto, se sentia responsável por isso, sabia que não poderia apagar as atrocidades que aquele adolescente viveu, mas tendo conhecimento sobre as ações dos algozes não poderia permanecer neutro. O fato de Alberto ainda ter dezesseis anos deixava a situação mais complexa, trata-se de uma pessoa que ainda não atingiu a maioridade civil, o que de certo modo deixou Arturo preocupado, Eduardo, mesmo em suas boas intenções poderia ser acusado eventualmente de sequestro, por isso, o mais velho, de forma particular, contratou uma pessoa para averiguar se os agressores do adolescente procuravam por ele e não sabia se ficava feliz ou indignado, pelo fato de estes não estarem o procurando, porém, teriam que ser responsabilizados. O fato de não mandar a polícia é porque o inquérito ainda não foi oficializado e para não expor precocemente o caso. 

Além disso, Alberto já seria exposto demais, terá obrigatoriamente por lei que se submeter a interrogatórios, exames e outras coisas, isso fugia do seu controle, mas era necessário para afirmar a veracidade das acusações, faria de tudo para isso não ser mais traumático do que já vinha sendo. Quanto a Eduardo também faria de tudo para nenhuma acusação cair sobre ele. Desse modo, depois de tudo organizado,  Arturo sabia que não seria o responsável pelo caso, porque não compete a ele diretamente e muito menos a PF, mas colocou a par o delegado responsável pelo caso e a responsável por essas investigações seria a DPCA - Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente é competente para fiscalizar, investigar e  instaurar inquérito e procedimentos policiais nos casos de infração penal praticada contra crianças e adolescentes. 

Realizado os procedimentos, surgiu como já esperado pelo delegado, o impasse de Alberto estar agora sob tutela do Estado devido a sua idade, mas Eduardo queria que o adolescente ficasse na casa deles, sabia da hostilidade dos abrigos que eram postas essas crianças quando violados os seus diretos e destituídas de seus lares. Para Eduardo é algo que o Estado teria que rever suas ações e intenções. tendo em vista isso, Arturo, mesmo não gostando de fazer isso, usou de sua influência para assim permanecer, afinal de contas era um delegado Federal que atuava também nessa área e muito reconhecido nesse meio por juízes da comarca. Desse modo, no outro dia, Alberto teria que ir a delegacia prestar depoimento, afins e voltar para casa.

Chegando no apartamento, Arturo estava realmente cansado, porque desde quando Eduardo saiu pela manhã não havia dormido, portanto estava uma noite e um dia sem dormir. Olhou no relógio em seus pulso e viu ser nove horas da noite, assim que entrou em casa se deparou com o silêncio, foi na cozinha e bebeu água, estava sem fome, por isso seguiu pra o quarto das crianças e viu que estavam dormido, deixou um beijo em cada uma e averiguou se a babá eletrônica estava ligada e obvio que sim, quem esquecia algumas vezes era ele, nunca o mais novo, riu desse pensamento, Eduardo era tão presente na vida deles que nos mínimos detalhes estava impregnado.

Olhou para a porta do quarto onde Alberto estava e viu que se encontrava fechada e assim deixou. seguindo para o seu quarto que agora dividia com Eduardo, algo em si se aquecia quando lembrava disso, chegar em casa e se deitar ao lado dele, era uma das melhores coisas que poderia acontecer em sua vida, pensava que dormir abraçado depois de uma rodada de sexo, era melhor ainda. 

Quando abriu a porta, seus olhos foram logo para a cama, onde Eduardo estava dormindo esparramado de bruços, pensou em deitar ali logo, mas precisava tomar banho e sem fazer muito barulho, pegou qualquer roupa e seguiu para o banheiro, fez sua higiene e foi direto para cama, mesmo tentando não deitar bruscamente ainda acordou o mais novo que devagar abriu os olhos, Arturo deixou um beijo leve em um dos ombros dele que estava coberto por um dos pijamas que ele gostava de usar. 

— Fiquei te esperando, mas acabei não aguentando — Eduardo levou o corpo para junto de Arturo e deu outro beijo nele, dessa vez Arturo o aprofundou, puxando o mais novo para seu colo, de modo que Eduardo envolveu com as pernas sua cintura — estava com saudades de ficar assim com você — disse, ainda roçando os lábios no do mais velho, que tinha uma mão na nuca dele e a outra fazia carinho em uma das pernas.

SEMPRE FOI VOCÊ - ROMANCE GAYOnde histórias criam vida. Descubra agora