Capítulo 1

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Arturo Velásquez, é um homem de trinta e três anos, formado em Direito, que preferiu seguir carreira de delegado. E atualmente, é delegado Federal, lotado no Rio de janeiro, porém dentre essas informações a que considera mais relevante e importante é que possui dois filhos e sobretudo gêmeos, o Bento e Bernado Velásquez, seus bens mais preciosos, e é por eles e pra eles que constrói com caráter e responsabilidade sua vida, tendo consciência que qualquer acontecimento que venha importunar sobre esta, automaticamente atingirá seus filhos e aqueles próximos à ele, lendo-se seu melhor amigo e a mulher que o criou e não, por coincidência não foi sua mãe, mas sim sua tia. A coincidência existe, porque tanto ele como seus filhos foram negados por aquelas que deveriam o amar a primeiro momento e incondicionalmente, mas a vida se encarregou de mostrar que talvez isso não seja tão importante, já que a mulher que ele inconsequentemente escolheu para ser mãe dos seus filhos preferiu seguir um outro caminho aquele que  não era ser mãe. Mas apesar disso Arturo é um homem família.

Desde de cedo desenvolveu o censo de responsabilidade, tinha consigo que não tinha motivos para maldizer a vida,  pois a mulher que o criou, fez de tudo para que fosse amado e cuidado e não sofresse a dor da rejeição, por isso, ele amava a dona Dulce, mulher que o criou. Paralelo a isso, tomou como foco dar uma vida mais estável a sua tia, mulher solteira que trabalhou dia a pós dia para não deixar faltar nada para eles e assim, antes de atingir a maioridade já estava na faculdade, cursando direito, profissão qual escolheu para si. 

foi lá que encontrou outra pessoa que compõe seu quadro familiar e por quem daria sua vida, seu melhor amigo, Eduardo Silva. Embora, não cursasse direito, mas sim Pedagogia, conseguiram se conhecer na imensidão do campos da Universidade, onde seu amigo foi monitor de uma cadeira eletiva que possuía na sua grade curricular, depois desse acontecimento e algumas desavenças superadas, ambos construíram uma amizade sólida que permanece até hoje com Eduardo morando em seu apartamento e o ajudando a cuidar dos seus filhos que apenas tinham sete meses de vida. 

Sabia, Arturo, que eram poucas as pessoas que ele permitia se aproximar, mas tinha plena certeza que eram as que permanecia e eram reais, verdadeiras. Ele é muito grato por sua tia e amigo, pois quando se viu abandonado com duas crianças não exitaram em abraça-los e permanecer e dar o que eles mais precisam, um porto seguro. Estudou, fez concurso e passou, sendo assim,  construiu seu padrão de vida, que hoje permitia dar uma vida estável a sua tia\mãe, ajudar ao amigo e criar seus filhos. Possuía plena noção de que era responsável pelo bem estar dessas pessoas e por isso não se permitia falhar, criará para si, o ideal de macho provedor e protetor, o que constantemente era repreendido tanto pela sua tia, como pelo seu amigo, que desde que se conheceram afirma que o mesmo é muito sério e conservador, o que se tornou motivo de conflito entre ambos nos seus encontros de monitorias, já que o estudante de pedagogia era gay e não possuía bons antecedentes com estudantes de Direito, e talvez isso, dificultou a comunicação entre eles, que logo após uma conversação sobre esteriótipos, lutas de classes, homofobia e gênero se viram com os conflitos apaziguados, já que o Eduardo percebeu que embora, esteticamente Arturo preenchesse em cheio o esteriótipo de hétero padrão o estudante de direito possuía uma visão de mundo mais justa que muitos e foi com isso que repensou se não foi o mesmo que errou ao julgar sem tê-lo ao menos conhecido e partindo disso se tornaram companheiros, respeitando acima de tudo um ao outro, tendo Arturo muitas vezes que livrar o amigo de certas ciladas pelo seu jeito, que ele achava " bobo" e excessivamente carinhoso. Embora, Eduardo não seja afeminado, o mais velho já se viu em muitas situações apontando dedo no rosto de algumas pessoas defendendo o amigo que embora muito bem posicionado, o mesmo dizia que possuía na sua sexualidade e cor um alvo, acreditava que por ser gay e negro era perseguido duas vezes mais, no entanto, não era de violência e muito menos de se expor. 

Ele não possuía vínculos com a mãe de seus filhos, nem antes e depois dos mesmos nascerem, o que se conclui que foi apenas um lance casual, que consequentemente ocasionou em dois filhos lindos que por ele foi aceito, mas que logo por ela foi avisado que apenas deixaria as crianças nascerem, e que não faria parte da vida deles, não tinha nascido para isso, a priore, ficou ensandecido, a xingou por várias gerações, mas quando chegou em casa e conversou com "Duda", como carinhosamente apelidara o amigo que calmamente o explicou que ela não era obrigada a isso e que possuía a liberdade dessa escolha, ficou mais calmo, mas isso não diminuiu a sua raiva por ela, mas aceitou que ela não era obrigada a ficar, sobretudo, não queria que seus filhos crescessem com uma mulher que ficou lá por obrigação e não por amor. Eduardo, o afirmou que amor para as crianças não faltaria, pois tanto ele como a sua tia estariam lá presentes para ajuda-lo a cuidar deles e mais uma vez a promessa foi cumprida e ele agradecia a Deus por ter posto seu amigo em sua vida, não sabia mais se conseguiria viver sem o mesmo. 

SEMPRE FOI VOCÊ - ROMANCE GAYOnde histórias criam vida. Descubra agora