Capítulo 21

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Quando chegaram ao prédio em que Eduardo mora, Alberto ficou muito surpreso em como era grande e bonito, sabia que os patrões da sua mãe eram bem financeiramente, só não imaginou nessa dimensão. Eduardo assim que chegou subiu com o adolescente que estava muito acanhado, mas Eduardo fazia questão de reconforta-lo com palavras de segurança, demonstrando que ali estava seguro e iam fazer de tudo para permanecer dessa forma. 

Eduardo estava no automático, não pensou em mais nada, além de ajudar ao Alberto, não pensou nas consequências, apenas fez o que seu coração mandou: tirar aquele adolescente dali. Não podia dimensionar a dor daquele garoto, até porque nunca foi violentado sexualmente, porém era ser humano suficiente para compreender a sua dor e ajuda-lo. Por isso, o trouxe consigo, sabia que Arturo iria o auxiliar, era um homem muito bondoso e honesto, além do mais trabalhava para combater essas coisas.  

Quando entrou no apartamento encontrou Arturo sentado na sala, ao seu lado estava o carrinho das crianças, onde Bento dormia e Bernardo brincava com um chocalho. Assim que o mais velho viu o mais novo entrar seguiu a seu encontro.

— O que aconteceu? — beijou de leve Eduardo que correspondeu, mas logo apos notou a presença de Alberto e olhou para Eduardo. 

— Arturo esse aqui é o Alberto, lembra dele? — puxou o rapaz pela mão para ficar do seu lado, esse que estava visivelmente assustado e constrangido — a gente pode conversar agora? era sobre ele que eu queria falar — Arturo olhava a cena calado, mas considerou que se Eduardo levou aquele rapaz até em casa era porque, realmente a situação precisava de sua atenção. 

Depois de assentir, todos foram sentar no sofá, Eduardo antes fez um carinho em Bernardo que brincava, beijou o bebê e riu pra ele que retribuiu com um sorriso banguela. 

Eduardo esperou Eduardo se sentar para fazer o mesmo, movimento que não passou desapercebido por Arturo que agora estava sério. Depois, de todos acomodados, Eduardo suspirou e iniciou:

— Primeiro que não há um problema de encanação na nossa casa, mas diante do que me foi dito, eu até preferiria — suspirou e olhou para Alberto que tinha o rosto baixo, Eduardo levou sua mão a dele e ali permaneceu, Arturo, viu aquilo e buscou os olhos de Eduardo que riu doce para ele — Você quer contar Alberto? — olhou para o adolescente — pode ficar a vontade aqui, o Arturo é delegado e ele vai poder ajudar a gente né Arturo? — olhou para o mais velho que assentiu com a cabeça. 

— Eu não sei qual é o problema, mas pode confiar em nós Alberto, tendo ciência de qual for a sua situação e se precisarmos do reforço policial pode contar comigo — disse Arturo com toda sua sobriedade e autoridade, Eduardo se perdia no homem que ele era. 

— Está tudo bem, tenho certeza que faremos o possível para ajudar você, pode acreditar que não está mais sozinho — Eduardo emendou com seu jeito paternal. 

Alberto, vergonhosamente levantou os olhos e desde quando entrou Arturo se questionou pelos hematomas. Ele respirou e fungou, mesmo estando abalado com tudo, sentiu naquelas pessoas verdades, sentiu que podia confiar, Eduardo fora tão bondoso com ele. 

— Eu liguei 'pro seu Eduardo, porque eu queria ajuda, eu não sabia a quem recorrer e eu não queria ir na delegacia de lá sozinho, eles iam me mandar voltar pra casa, porque eu ainda sou de menor — respirou fundo, as lagrimas silenciosas já desciam pelo rosto dele, Eduardo apertou sua mão dando força para que continuasse, Arturo observava a tudo atento — Quando os senhores foram pela última vez na casa não era pra eu está lá, mas graças a Deus estava, a Maria ficou muito preocupada que eu contasse tudo ali mesmo — observava — mas eu sabia que era muito arriscado, então por isso eu liguei hoje — olhou para Eduardo que o incentivou —  meu padrasto é alcoólatra e minha mãe parece não ligar mais, mas eu ligo, porque ele me maltrata desde pequeno e... — fungou — desde os meu dez anos ele me bate, me xinga, só que... — chorou forte agora, Arturo olhou para Eduardo e ficou preocupado, esse estava com os olhos marejados —  com meu treze anos, começou a me tocar quando estava bêbado, eu ficava assustado, eu tinha nojo dos carinhos, e.. e..le... ele — soluçava — tocava nas minhas partes íntimas, me obrigava a tocar nas deles, contei a ela, mas ela afirmou que eu estava mentindo e tentando destruir o casamento dela e que eu era uma obra de satanás, porque estava corrompendo o marido dela á praticas homossexuais — Eduardo cada vez mais sentia por aquele menino, Arturo estava mais sério que o normal — dai em diante só foi pior, ele me estuprava e ela era conivente, me deixava dias sem ir para escola e quando notavam afirmava que eu estava doente — chorou por um tempo, Eduardo passava a mão em sua costas e Arturo em silêncio já imaginava o processo que iria mover contra essas pessoas, mesmo trabalhando com isso a tanto tempo, cada caso ainda era um soco no seu estomago e aquele estava literalmente em suas mãos. 

SEMPRE FOI VOCÊ - ROMANCE GAYOnde histórias criam vida. Descubra agora