Capítulo 24

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Tanto o padrasto, como a mãe de Alberto foram encontrados e presos, estavam escondidos em um terreno baldio próximo a localidade em que moravam. Alberto ficou catatônico, não quis vê-los de jeito nenhum, em uma das suas confidências à Eduardo, afirmou que se os visse, não teria mais desejo em viver, mas saber que foram presos e que irão pagar o ajudava a acreditar na justiça e que não sentia mais nada pela sua mãe, nem se quer a considerava assim, que amor pelos filhos, era o que via constantemente agora na casa deles, admirava o amor deles pelas crianças. Eduardo que já estava muito emotivo decorrente ao que vinha sofrendo no seu ambiente de trabalho, ficou muito emocionado, tendo Arturo que leva-lo para o quarto dar um calmante para que ele pudesse relaxar. 

Viviam um momento conturbado, Além de Eduardo ter denunciado a tal professora por racismo, pediu demissão da escola que lesionava, embora falasse que não, estava muito deprimido o que vinha preocupando o mais velho. Nesse período, Eduardo estava muito emotivo, dormia com as crianças e apenas focou nelas e em Alberto, Arturo, entendia o fato e procurava ajuda-lo, só que as coisas no seu trabalho não cooperavam muito para esse fato.

Arturo, vinha sendo ameaçado por uma caso que vem investigando, não só ele, mas sua família e em segredo agradecia que Eduardo não saía mais para trabalhar sozinho. Tinha reforçado a segurança da dona Dulce, todos os serviços que a idosa precisava ou estava dentro do condomínio ou era levado até sua porta, isso não isentava seu receio, por isso aumentou a segurança .  A verdade era que Arturo estava sobrecarregado, estava segurando agora sim, sua família sozinho.

Quando chegou em casa eram vinte e duas horas, estava dividindo o elevador  com uma mulher e um homem, só depois notou que a mulher, era a conhecida por ser babá do prédio, Arturo, continuou em silêncio, sabendo do impasse de Eduardo com ela, mas teve que responder ao seu cumprimento. 

— Boa noite – cumprimentou sorridente.

— Boa noite – não se moveu, do jeito que estava respondeu, já tinha problemas demais.

— Como estão os meninos seu Arturo? – falou e Arturo se surpreendeu, por ela saber seu nome. 

O homem que ainda estava ali, se posicionou para sair do elevador, Arturo desejou ser ele. 

— Estão bem, obrigada. – respondeu sisudo. 

— Nunca mais eu vi o seu Eduardo, ele é tão simpático –Arturo pensou que o que ela não sabia sobre sua família, até então ela parecia conhecer a todos eles. 

— Está ótimo – respondeu simples.

Quando ela ia fazer menção de continuar a conversa o andar de Arturo chegou e ele sem olhar para trás deixou o elevador, doido para chegar em casa. Assim que entrou encontrou todos na sala inclusive Alberto brincando com as crianças, enquanto Eduardo novamente limpava os objetos da sala. 

— Boa noite – falou e isso foi motivo das crianças ficarem eufóricas, Bento gritava e Bernardo, batia palmas. 

Alberto, respondeu sorrindo da euforia das crianças. 

Eduardo olhava a cena rindo, dentre todos os problemas da sua vida, aquelas pessoas o motivava. 

Depois de toda a recepção calorosa que as crianças faziam quando o pai chegava, Arturo seguia seu olhar para um dos seus bens mais preciosos, que nesse momento estava precisando de atenção redobrada e embora as coisas estivessem complicadas, não poderia deixar de apoia-lo e cuida-lo. 

Assim, ele deixava as crianças brincando e ia em busca de Eduardo que agora estava na cozinha, mesmo sendo já muito tarde, ele permitiu as crianças esperarem o pai. Ele estava em pé na pia, quando Arturo o abraçou e o aconchegou ali nos braços, Eduardo se permitiu ficar leve nos braços dele. estava muito carente e deprimido esses dias. 

— Boa noite, meu bem – Arturo, falou de modo mais suave possível, vinha o chamando por esses apelidos por saber como o mais novo gostava. 

— Boa noite, amor – encostou a cabeça no peito de Arturo e fechou os olhos. 

— Como foi seu dia ?– continuaram em pé abraçados sentindo a presença um do outro, ali eles podiam sentir como um fazia falta a o outro, Arturo, muitas vezes questionava como viveu sem isso por tanto tempo. 

— As crianças estavam eufóricas hoje, o Alberto tem sido um anjo na minha vida, falei com a dona Dulce, ela falou que caso eu quisesse, ela me auxiliava, mas sabe amor, já estava na hora dela descansar, mesmo eu voltando a trabalhar, vamos rever essa questão, eu só não quero a babá do prédio – Arturo que ouvia tudo até então calado e sério, não pode deixar de rir.

Eduardo virou o corpo ainda dentro dos braços de Arturo e o olhou em questionamento, fingindo não saber o por que o mais velho estava segurando o riso. 

—Tudo bem, faremos como você quiser, do seu jeito, sem babá do prédio – brincou no final e Eduardo riu de leve saindo dos braços dele, não antes de beija-lo. 

— Alguma notícia do seu advogado? – Perguntou Arturo. 

— Falei com ele hoje, me informou que a audiência pode acontecer semana que vem. — falou simples, mas Arturo sabia como aquilo estava o incomodando. 

— só não quero te ver triste pelos cantos, isso me deixa muito angustiado, você é minha flor – falou com carinho, Eduardo que ouvia aquilo ficou emocionado, ter o apoio de Arturo era fundamental. — não quero te ver chorando, quero ver você alegre, feliz, radiante, o sol que todos os dias ilumina essa casa, a minha vida.

Eduardo não aguentou e entrou em prantos, passava o dia todo querendo o conforto de Arturo, quando não a madrugada quando fazia plantão a noite, sentia que ninguém além dele o amava de forma tão sincera. 

— Eu te amo tanto, não me abandona nunca por favor, eu não vou aguentar – desabafou de maneira que não conseguia respirar direito, Arturo percebeu que ele estava tendo uma crise de ansiedade.

— Shii, você é o amor da minha vida, agora respira comigo — Eduardo repetiu a ação do amigo e por mais alguns minutos, Eduardo se acamou — Nunca cogite que vou te deixar, amo você pra sempre, é meu companheiro de vida. 

Eduardo em silêncio concordava, tendo a paz reinando no seu coração novamente.

SEMPRE FOI VOCÊ - ROMANCE GAYOnde histórias criam vida. Descubra agora