chapter i

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— Eu não quero mais falar disso.

Tony encarou Steve com cara de poucos amigos, mas o maior não pretendia baixar a guarda, então apenas cruzou os braços. Já estavam naquela havia uns dez minutos: Tony irritado por aquela lambisgoia estar dando em cima de Steve; Steve irritado pelo ciúme, aos seus olhos, infundado do mais novo. A razão encontrava-se dividida dos dois lados, entretanto cairia um raio na cabeça de ambos antes que algum deles se pusesse a ceder.

— Você está imaginando coisas, Tony.

— Igual à Sharon? — Stark lançou-o um olhar furioso e virou a cara. Steve suspirou. — Se tivesse o mínimo de consideração por mim já teria deixado de falar com essa garota faz tempo.

— Ela é uma amiga!

— Mas ela não sabe disso, caramba! — Tony perdeu o controle e xingou-se internamente por aquilo. Não adiantava nada gritar com Steve, ele nunca perdia a postura e isso só o irritava mais ainda, mas no momento estava injuriado demais para pensar em alguma coisa. Levantou-se do sofá e foi até o mais alto, apontando o dedo na sua cara. — Você já deveria ter dito pra ela parar com isso e não se fazer de desentendido. Eu conheço gente como ela. Caralho, eu era igual a ela! Porque é isso que acontece no jogo da sedução mesmo que seja ridículo, caso você não saiba: quando um cara não entende é porque está fazendo joguinhos. Por isso você devia tê-la cortado desde o começo, pra deixar claro que não está disponível. — Steve o olhava consternado, mas arqueou uma sobrancelha com ares de deboche e Tony teve vontade de voar na sua cara.

— Essa é a maior besteira que já ouvi na vida. — havia quase nenhuma emoção na sua voz grave, detalhe que servia apenas para piorar a frustração de Stark. Ele tentou protestar, mas Steve o cortou rápido: — Sharon é uma amiga e ponto final. Eu nunca dei corda pra ela, então não tem por que você sentir ciúmes.

— Na sua cabeça claro que não tem. — Tony cuspiu de pronto, feito veneno, contudo Rogers não ligou. Claro. Steve não se deixava abalar por respostas infantis como aquela. Ele ergueu-se do braço do sofá, onde estava sentado como se aquela fosse uma conversa casual. Tony seguiu no seu encalço para encará-lo nos olhos. — Enquanto você estiver de papinho com ela, pode me esquecer. — e finalmente parecia ter atingido um nervo, pois os olhos azuis antes cheios de segurança agora encontravam-se surpresos e preocupados.

— Tony. Você está exagerando. — tentou se aproximar e o mais novo se afastou, abraçando o próprio corpo e respirando fundo para não sucumbir à tentação.

— Você me ouviu, Steven. Se estiver sentindo muito minha falta, vá falar com a Sharon. — zombou do nome e dirigiu-se até seu quarto sem dizer mais nada, batendo a porta.

Steve e Tony eram algo... peculiar, para se dizer o mínimo. Fazia dois anos que Tony se mudara para o Brooklyn e conhecera Rogers por acaso no seu aniversário, quando Rhodey insistiu em levá-lo a um clube para comemorar. Stark ainda não conhecia quase ninguém e esbarrou em Steve um pouco alterado, enquanto este pedia um drinque no bar e o mais baixo andava sem rumo em busca do banheiro. Ele ajudou-lhe a chegar ao seu destino e Tony achou que tinha sido apenas isso, mas qual não fora sua surpresa quando Rhodey surgiu no dia seguinte dizendo:

— Aquele loiro alto me pediu seu número ontem, Tony.

Desde então os dois estavam meio que em um relacionamento há quase um ano, embora não houvesse nada oficializado e Steve parecesse confortável demais com a situação para pensar em burocracias como aquela. Tony, por outro lado, estava quase entrando em combustão. Ele se sentia sufocado e drenado por não poder cobrá-lo de absolutamente nada. Se o mais baixo nem sabia se exclusividade fazia parte do seu acordo... Quem dirá ciúmes?

I HATE U, I LOVE U | 𝘀𝘁𝗼𝗻𝘆Onde histórias criam vida. Descubra agora