chapter xviii

357 23 36
                                    

Tony abriu um sorriso simpático para a cliente e entregou-lhe seu buquê de rosas vermelhas. Assistiu à moça sair da loja e voltou a se sentar, abrindo a revista que lia há pouco. Devia ser uma edição do verão de 2005, muito provavelmente, mas era o único entretenimento que a velha Marjorie permitia em seu horário de trabalho. Ela, com suas dez câmeras de segurança espalhadas por cada canto da loja, monitorava seu cada passo. O objetivo? Prevenir que ele se distraísse no celular e acabasse por perder uma venda. Porque, claro, os clientes desistiriam de comprar suas flores ao vê-lo jogando Candy Crush.

— Preciso de girassóis, Tony, é urgente! — Bruce Banner materializou-se do além, com seus cabelos bagunçados e semblante descomunalmente exasperado, caminhando até o balcão.

— Oi pra você também, Bruce.

— É um caso de vida ou morte. — explicou ele, não dando atenção ao sarcasmo do outro. — Esqueci do nosso aniversário de namoro e agora Nat está possessa.

— Eu acho que tenho a solução de todos os seus problemas, meu amigo... — fez uma pausa dramática. — Se não pode mudar o jeito agressivo da sua namorada, mude de namorada.

— Ela ama girassóis. — Banner ignorou-o novamente, indo na direção das flores amarelas no final das prateleiras. — Esses aqui, acho que são bons. Ela vai amá-los!

— Setenta dólares. — Tony murmurou desinteressado, ainda folhando sua revista.

— Um?!

— O buquê, idiota. — molhou o dedo com a língua e passou uma página. — Com o vaso é mais caro, obviamente.

— Isso é um roubo.

— Vá reclamar com o John Locke, não comigo. — ele enfim pousou a Seventeen sobre o mármore gelado do balcão, subindo os olhos céticos até Bruce. — Como eu disse: ficar solteiro custa o total de zero dólares.

— Largo da Natasha quando você largar do Steve, seu hipócrita. — respondeu impaciente, erguendo as flores para Tony.

— Você está mesmo comparando meu doutor da lei à sua valentona sem coração? Por favor.

— Tony! — Bruce repreendeu, soltando um suspiro em seguida. Ele se aproximou do mais baixo e balbuciou, mais calmo: — Me dê um desconto de amigo, é o mínimo.

— O desconto já é você ter vindo quando eu estou aqui em vez da megera. — boquejou distraído, preparando o buquê e o entregando a Banner. — Mas só porque tecnicamente você tomou dois tiros por minha causa, eu posso parcelar.

— Três vezes.

— Duas. — eles trocaram um olhar demorado, até que Bruce lançou outro suspiro derrotado. Tony abriu seu sorriso plástico para falar com o público e concluiu, sacando a maquininha do cartão: — É sempre um prazer fazer negócios com o senhor, doutor Banner.

A vida havia retornado a um certo grau de normalidade, por assim dizer. A suspensão de Anthony chegou ao fim no mesmo período em que Steven recebeu alta no hospital, duas semanas atrás. Os dois estavam tão fortes como nunca, apesar de ainda não oficiais como antes de todo o reboliço acontecer — e a última informação não o incomodava, na verdade, pois ter seu namorado bem e vivo já lhe era o bastante por agora. Ele incrivelmente estava dando conta do emprego na floricultura e conciliava-o com os horários da faculdade de maneira invejável. Seu curso beirava o último ano e logo mais viriam as datas comemorativas, trazendo comigo as tão sonhadas férias. E Tony não se envergonhava nenhum pouco de estar quase pulando de alegria só por pensar naqueles míseros dois meses de descanso.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jun 28, 2021 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

I HATE U, I LOVE U | 𝘀𝘁𝗼𝗻𝘆Onde histórias criam vida. Descubra agora