Capitulo 4

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            Acordei com a luz matinal a bater-me na cara, tinha sido o meu "irmão" que abriu as cortinas. Parece que ele está a cumprir aquilo que prometeu.

- Bom dia, flor - Deu-me um beijo na testa.

- Há tanto tempo que não me chamavas isso Napoléon.

- É cedo que se começa o dia.

- Não me apetece ir agora.

- Vá Lynn levanta-te.

- Hum Napoléon dorme só mais um pouquinho comigo.

- Por muito tentador que seja, não - Começou a fazer-me cócegas, ele bem sabia que era o meu ponto fraco - Vá pequena, se não, não comes o pequeno almoço.

- Comer? Vou já - Saí da cama com um salto e o frio arrefeceu-me logo o corpo todo mas mesmo assim corri até ao armário cheio de roupa mas apesar disso, acabava sempre por vestir o mesmo. Napoléon comprava-me sempre roupa a mais - Já estás despachado?

- Sim sua gulosa, mas vê se não apanhas um ataque de euforia - Depois de um sorriso encantador saiu do quarto para me dar privacidade.

Corri com a minha roupa habitual para a casa de banho do meu quarto. Lavei a cara e a água lavou o meu sono e trouxe a minha energia. Penteei-me mal e porcamente, apenas escovava um pouco da raiz porque não dava para mais. Vesti umas jeans pretas e uma blusa de malha castanha, a melhor que tenho. Tinha esperanças de ver Martín e que ele me voltasse a convidar para passar mais um dia com a sua família adorável, foi a primeira vez que senti um sentimento desconhecido a invadir a minha mente assim tão depressa.

Olhei para o espelho de novo porque ainda estava insegura, reparei que o meu cabelo estava uma bosta por isso tive uma luta séria para o atar. Calcei as botas enquanto ia a caminho das escadas e desci pelo corrimão. Fui até aos estábulos, sabia que Napoléon me esperava impacientemente.

- Então o que achas? Estou bem? - Disse-lhe com um sorriso de orelha a orelha,

- Tu és bela naturalmente e não precisas de exagerar.

- Não exagerei - Agarrei na minha cela branca e prendi-a em Kuki - Apenas não fazemos isto à muito tempo por isso quero estar no meu melhor.

- Mulheres - Murmurou.

Subi à cavaleiro e logo nos fizemos a caminho. Fomos a maior parte do tempo calado e sei que isso não era normal. Mas na cara dele tudo parecia bem e é sempre isso que me confunde a cabeça, Napoléon era uma pessoa tão fácil de sorrir e agora é enigmático, clássico e calado. Pensei que com o que tinha acontecido as coisas iriam ficar um pouco melhor, mas pelos visto parece que não. Eu sei que ele nem se irá esforçar.

A manhã estava nublada mas daqui umas horas estará um dia lindo, como antigamente.

- Lynn, posso fazer-te uma pergunta? - Até admira, ele começou a falar sem ser à força.

- Claro.

- Posso saber o que andaste a fazer ontem?

- Não - Não conseguia explicar - Desculpa mas não posso.

- Eu percebo, também não te conto sobre o que acontece dentro do meu quarto.

- Só de pensar torna-se repugnante.

- Eu sei - Esmoreceu - Mas aconteceu alguma coisa? Alguém te fez mal?

- Não, está tudo bem - Ele estava preocupado? Deve ser impressão minha.

Laços perdidosOnde histórias criam vida. Descubra agora