- Vê lá como é que falas comigo - Avisei-te com um tom de voz dominador - Não estás a falar com a tua irmã ou outra qualquer.
Mal tinha eu chegado, já se estava ela a chatear-me. Que coisa mesquinha que ela era, nem sei como é que ela tem amigos.
- Pois não. Estou a falar com uma coisa pior.
- Desculpa, mas eu não sou um espelho.
Calou-se e ficou sem palavras.
"Toma sua vaca, agora calei-te"
Entreolhamo-nos com os olhos em fogo. Algo me dizia que a inveja que ela sentia por mim era muita, se ela era rica o que ela queria mais? Nunca desviou o olhar de mim tal como eu também não deixava de a confrontar, não ia ceder à luta, sou uma guerreira e não um soldado sem instrução.
Senti o silêncio à nossa volta, estavam todos calados e a assistir à cena e a Sasha sabia que eu não gostava que ela se metesse nos meus assuntos de guerra. Tanto como a minha mãe, como o meu pai ou os vizinhos de Sasha sentiam como se poderiam queimar se dissessem algo. A minha aura estava no máximo e Amy sabia que era má altura para se meter comigo, além disso tornei-me mais fria desde que perdera Napoléon.
Amy acabou por baixar a cabeça, afinal tinha bom senso ao ponto de não armar confusão na casa de outra pessoa, pelo menos por enquanto. Nunca se sabe o que pode vir de pessoas imprevisíveis como ela. Imprevisível e uma pura ingénua.
Ela Pousou o tabuleiro com as chávenas de chá a deitar vapor, sem nunca tirar os seus olhos de cima de mim, tinham acabado de sair do lume.
- Mana - Melinda agarrou a minha mão e sussurrou-me - Não precisas de ficar chateada porque eu também não gosto dela.
Voltaram todos à conversa e Amy ficou a olhar para mim de lado, conseguia persenti-lo.
Baixei-me à altura de Melinda para também poder falar com ela num tom baixo para que ninguém ouvisse. Podia não gostar da vaca mas também não tinha que provocar nada.
- Porquê?
Melinda olhou em volta.
- Porque quando a mãe não estava aqui, ela disse que o Arthur e o Thomas eram duas crianças nojentas e inúteis que não lhe paravam de chatear.
Não aguentei conter um riso. Como é que ela podia achar uma criança um horror se ela fora uma? Ainda me pergunto como é que ela podia ser tão estúpida se a Morgana parecia uma pessoa tão bondosa e querida, tirando a parte porca de ela ter fornicado em cima do meu belo chocolate. Bem, Morgana tinha-me explicado que ela tinha inveja de tudo e de todos e que se achava mais importante que todos só porque era rica. E ela mostrava demasiado isso, exagerava.
Ela trazia um vestido cor-de-rosa pálido, muito adornado com joias prateadas e pérolas por todo o vertido, com vários folhos e com um espartilho bem apertado fazendo com que os seus seios parecessem duas bolinhas pequenas. O cabelo estava encaracolado e usava uma maquilhagem carregada, mas muito bem desenhada, nos olhos que se acompanhava com um pó demasiado branco e nas maças do rosto um rosa muito claro, e no seu pescoço carregava uma joia de ouro pesada bastante trabalhada.
Se ela achava que aquilo tudo falso me fazia inveja estava muito enganada, não estava disposta a ser como ela e a ter aquele aspeto.
- Melinda, gostavas de ficar um pouco comigo em minha casa?
- Isso pergunta-se?
- Podias não querer.
- Eu adoraria passar tempo contigo, além disso isso pode safar-me por uns dias de ser ama dos pequenos. Eles parecem ser muito calmos mas de calmos não têm nada.
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Laços perdidos
VampireA história acontece num século passado entre um demônio e uma guerreira, um simples humano e uma vampira. Essa guerreira era órfã desde os seus 6 anos até alguém a encontrar e quando faz os seus 18 anos terá um amor impossível para resolver mas irá...