Capitulo 15

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Sasha limitou-se a ir embora, sabia que ela agora não estaria bem com todos os seus problemas. Não ficou chateada, nem irritada, sabia que Jayden tinha razões para ficar daquela maneira. Até mesmo com o seu passado conseguia destruir o seu futuro. Jayden era como uma filha e estava disposta a tomar conta, a cuidar, sabia que ela nunca tivera ninguém que lhe desse muita importância, Napoléon nunca lhe tinha dado o que ela merecia.

"Se Martín não fosse tão ignorante, saberia o que está a perder" - Pensou para si mesma.

Se ele não tivesse aberto a boca para dizer baboseiras aquilo nunca teria acontecido, esperava que ele tivesse percebido que a culpa era dele próprio por ter gritado com ela, ainda por cima, dizendo que amava outra pessoa. Ele sentiu-se tão traído que quis fazer com que Jayden sentisse o mesmo e sem saber perdeu-a em meros segundos.

Sim, Sasha ainda o amava como sempre o amou, ainda sofria como sempre sofreu, sem ele a seu lado. Não o podia ter porque sabia que iria morrer mais tarde ou mais cedo, não podia arriscar fazer Martín vê-la morrer à sua frente. Se ao menos ela tivesse algum contacto com o embaixador ela saberia o dia do seu fim, mas odiava-o o tanto que preferia desligar do mundo a qualquer momento. Aquele filho da puta destruiu a sua vida por uma regra estúpida e sem sentido algum. Ainda se lembrava no que constava no livro das regras, "Leis sagradas".

"2º - Qualquer vampiro que pertença ou queira fazer parte do movimento que seja submetido a amor por humanos ser-lhe-á retirado o coração, e morrerá cada vez mais cedo, enquanto persistir em amar humanos".

Que idiotice.

Não era só ela que sofria com essa situação. Vira muitos mais vampiros a sofrer devido às merdas das regras, simples criaturas que apenas queriam proteção e misericórdia e acabaram por ser torturado em engenhocas esquisitas.

Sasha não estava disposta a fazer com que Napoléon fosse apanhado, não que gostasse dele, muito pelo contrário, odiava todos que seguiam as regras do movimento e ele era um desses cegos solitários e fracos incapazes de se defender a eles próprios. Ela fazia-o pela Jayden.

- Ora, ora, ora - Apareceu-lhe um vampiro à sua frente vindo doo céu e ela parou - O que temos aqui?

- Alguém que não lhe quer ver à frente, não se fala assim com uma dama - Voltou a andar e passou ao lado do vampiro loiro de olhos negros como a noite.

A criatura agarrou no seu braço e ela contendo o nojo de sentir as suas garras na sua pele virou a cabeça.

- Uma dama não anda vestida como a senhora - Repugnava-lhe o som da voz rouca e do excesso de cheiro a tabaco.

- E o senhor não tem nada a ver com o que visto ou com o que deixo de vestir - Deu um safanão com tanta força que este caiu no chão - Não me toques com essas mãos, merdoso.

- Eu conheço esta energia, pelo menos consegui ouvir dizer de tal - Massajou a mão de onde agarrara Sasha - É como se uma energia de pequenos choques entrasse pelo nosso corpo a dentro e nos possuísse, que cheira a dor e que fala como...se não tivesse coração. És uma Rafeira!

Aborreceu-se, era sempre o mesmo quando descobriam que era um membro excluído do movimento. Porra que importância tem se alguém faz parte ou não? Mesmo quando Sasha entrou para o movimento nunca pensou alguma vez na sua morte julgar as pessoas por o lado que escolhem. Além disso, ela nunca escolhera ficar no movimento por si mesma, mas sim porque teve uma amiga que adorava bastante e que ajudara toda a sua vida. Esta pedira que Sasha fosse para o grupo para que pudessem ficar com a amizade que tinham.

Laços perdidosOnde histórias criam vida. Descubra agora