You

222 18 7
                                    

"Close your eyes, have no fear
The monster's gone
He's on the run and your daddy's here"
Beautiful boy -
Jonh Lennon.




Percy Jackson olhou aflito a mensagem de Annabeth. O chalé de Poseidon em Montauk quase não tinha sinal de telefone e, consequentemente, internet. Jackson esperava seu pai tomar banho, depois de passarem um dia inteiro na praia, para procurar um fio de sinal. Jackson esquecera-se totalmente de Annabeth durante a ida à Montauk, mas quando ele olhou para seu relógio de pulso, se lembrou do horário combinado entre eles e que não havia conversado com ela depois de sexta. Se sentiu totalmente culpado por isso.

Seu pai saiu do banheiro e Jackson desistiu.

– O que foi que eu te disse? – Poseidon perguntou, mas não bravo.

– Pra não te trocar pelo celular, mas é que eu esqueci de falar com a Annabeth e estava te esperando sair do banheiro.

– Certo, mas deixa o celular aí e vamos até a cidade.

Jackson se levantou e saiu do chalé junto de seu pai.

Os dois caminharam pela costa até a escada litorânea, compraram alguns sanduíches e se sentaram na mureta da encosta. O pai e o filho ficaram comendo seus hambúrgueres enquanto olhavam o mar calmo da praia.

– Será que o seu nome teve influência sobre você, pai?

Poseidon o olhou sem entender.

– Como assim?

– Poseidon é o deus dos mares, será isso não te influenciou a ser nadador e surfista? – Jackson o olhou pensativo.

– Não sei, pode ser que sim – ele respondeu dando de ombros.

– Será que eu vou ser igual o Perseu?

– Um herói grego? – Poseidon riu com a ideia, e ele deu um sorriso.

– É, um herói grego – Jackson calou-se e olhou para o mar. Estava começando a cochilar com seus sonhos de adolescente.

– Vem, vamos voltar, filho – Poseidon sorriu e, quase, arrastou Percy para o chalé.

Talvez ele seja e só não saiba, o pai pensou enquanto olhava para o mais novo dormindo na cama.

E saiu do chalé entrando na fria água da praia de Montauk.

 •••

Jackson acordou suando.

Seu pai não estava lá, devia ter deixado ele dormindo enquanto ia para a caminhada matinal. Se sentou na beirada da cama ainda assustado com o sonho... sonho não, pesadelo que tivera. Ele abriu a janela e mal tinha amanhecido. Onde está meu pai?

Jackson afastou da cabeça esse pensamento por instantes. Ele sabia que nunca ia conhecer o pai direito, mesmo com insistência.

Nadador olímpico e sufista de competições pequenas; mal namorou com a mãe e tiveram um filho; não assumiu o filho legalmente por causa da imprensa; mantinha relativamente pouca frequência; Jackson adorava o pai, mas Poseidon era realmente um mistério pro garoto, tal qual um mar calmo e escuro. Talvez o pai tivesse ido nadar ou talvez andar pela areia. Jackson tinha que concordar que andar no silêncio da ondas com os ventos nos cabelos era muito revigorante.

YIUOnde histórias criam vida. Descubra agora