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"And it's so, it's so, sad to think that she don't see what I see
But every time she asks me, "Do I look okay?", I say
When I see your face, there's not a thing that I would change
'Cause you're amazing
Just the way you are"
 Just the way you are -
Bruno Mars.



 

O namoro estava indo às mil maravilhas, exceto quando Annabeth Chase não estava com o moreno.

Sua mente não gostava muito disso e seu meio de protestar era enviar pesadelos como punição.

O da vez lhe parecia familiar.

Chase se viu correndo entre uma floresta de carvalhos. Ela pulava os troncos, desviava de arbustos e pedras e controlava a respiração enquanto perseguia uma presa veloz. Ela se viu pegando uma flecha de sua aljava e mirando em seu arco simples e dourado. Um único disparo, uma grande distância com vários obstáculos e mesmo assim escutou um bramido alto seguido do silêncio. 

Chase correu até lá. O veado estava deitado no chão com um forte sangramento na lateral, onde a flecha o antigira.

Ela deu uma risadinha de reprovação. Tão fácil.

Pegou o corpo do animal e voltou pelo caminho que tanto conhecia. 

Passou por um riacho e parou para lavar as mãos. Não que ela precisasse disso, já que podia estalar os dedos que não teria nada mais sujo, mas ela adorava se olhar no reflexo da água. Chase era um bonito homem. Tinha cabelos castanhos encaracolados, rosto maduro e definido, músculos e vestia uma clâmide branca. Passou a mão pelo pescoço, tentando relaxar, mas ouviu um ruído vindo da ponta da montanha.

Chase foi até lá. Com hesitação e cuidado, viu que era apenas um menino.

O menino estava sentado na ponta do abismo enquanto polia algumas flechas. Ela sorriu com soberba.

"O que fazes tu com armas de guerra, garoto atrevido? Deixa-as para as mãos que sejam dignas dela. Vê a vitória que com elas obtive sobre a grande serpente que estendeu o seu corpo venenoso sobre muitos acres da planície! Contenta-te com a tua tocha, criança, e inflama as tuas chamas, como dizes, e, contudo, não te intrometa com as minha armas."

O menino olhou para ela, e ela teve de segurar o fôlego. Ele era uma linda criança, mas tinha um toque de loucura em seus olhos.

"Tuas setas podem atingir outras coisas, Apolo" disse ele. "Mas a minha há de atingir-te." 

Chase-Apolo sentiu medo. O menino se levantou, escolheu duas fechas de sua aljava e atirou. Ela não sentiu dor, mas uma flecha de ouro estava atravessada pela metade no peito de atleta dela. 

O sonho logo mudou.

Chase-Apolo se viu perseguindo uma mulher pela floresta. Ela corria com extrema rapidez enquanto olhava para trás com repulsa. Ela era linda. Suas madeixas castanhas voavam atrás do corpo enquanto seus poucos tecidos esvoaçavam junto.

"Fica" se escutou falando, "filha de Peneu, Dafne, não sou adversário. Não fujas de mim como o cordeiro foge do lobo, ou pomba, do falcão. É por amor que te persigo. Zeus é meu pai, e eu sou o senhor de Delfos e de Tenedos, e conheço todas as coisas, do presente e do futuro. Sou o deus da canção e da lira. Minhas flechas voam direto para o alvo; contudo, ai de mim! Uma seta mais letal que as minhas perfurou meu coração! Sou o deus da medicina, e conheço as virtudes de todas as plantas curativas. Ai de mim! Sofro de uma enfermidade que bálsamo algum pode curar!"

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