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"And I'm safer, safe in your danger
Strangers, that's all we used to be
Now your my everything
That's what you do to me"
Tempus -
Bhaskar



Fazia dois dias que Annabeth Chase não conversava com Percy.

Depois que fora resgatada – ela não gostava nem um pouco de se imaginar sendo uma princesa indefesa que fica esperando um príncipe chegar para resgatá-la, mas teria que engolir o orgulho daquela vez porque precisava sim de ajuda para sair de lá –, Chase acabou dormindo até tarde na casa do garoto junto de Hazel. Na verdade, Hazel ficaria ali enquanto procuravam pelo pai dela. Quase no final da noite, Percy a acordou para levá-la para casa, já que Atena pedira, mas ela não pôde deixar de ficar triste. O moreno conversou muito pouco com ela no caminho, e havia uma certa tensão no ar.

Já em casa, depois de ser sufocada pelo pai e pela mãe, escutá-los brigando com ela e depois abraçando-a de novo, ela conseguiu ficar mais tranquila durante o banho. Uma semana havia se passado e o quarto já parecia irreal para ela, como coisa de outro mundo.

Pôde finalmente chorar de tranquilidade olhando para suas rosas azuis do teto. Tudo que sentiu naquela última semana, tudo saiu dela, mas sabia que ainda não tinha acabado. Eles ainda estavam lá fora, ameaçando pessoas, sequestrando... e descobrindo o lado negro dos pais deles.

Chase se levantou e foi até o quarto dos pais.

– Mãe?

Atena levantou a cabeça do livro e a olhou.

– O que foi?

– A gente pode conversar? – Disse tímida.

– Por favor, me diga que não é sobre sexo.

Ela escutou seu pai rindo do banheiro.

– Não, mãe. Não é sobre isso. A gente pode...?

Apontou para fora do quarto.

– Ah, sim.

Os duas foram até o quarto da loira e se sentaram na cama frente a frente. Chase suspirou. Estava triste por ter que conversar sobre isso com ela, mas precisava saber, principalmente se fosse assumir a empresa quando a mãe se aposentasse.

– Lá, naquele lugar, me disseram coisas ruins sobre você, mãe. É verdade?

Atena fechou a cara.

– Que tipo de coisas ruins?

Ela contou tudo.

– Annabeth – começou, e a filha deixou os ombros caírem –, eu nunca roubei, desviei ou fiz coisas ilícitas, mas já errei sim. Somos humanos, nós erramos.

– E o que de ruim você fez então?

– Já fui injusta e isso ainda me corrói, mas nunca fiz nada ilegal.

– Haviam fotos, documentos, mãe!

Atena balançou a cabeça.

– Forjados. E você acreditou?

– Acreditei no que vi, mas sabia que não era verdade – Chase desviou o olhar. – Me disseram também que... você era uma estrategista, que escondia muita coisa de nós, eu e meu pai.

– Claro que sou uma estrategista, eu tenho uma empresa. Todo administrador é um estrategista, mas quem te falou tudo isso?

Ela mudou de assunto.

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