Click, Click

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O telefone do quarto tocou e Isaac se precipitou para atender. Jasmine franziu as sobrancelhas para ele, ao passo que sentia o olhar de Nate em seus ombros desnudos.

― Ela está lá embaixo ― falou Asa batendo o telefone no gancho e se virando. Seus olhos se trancaram nos dela e ela olhou para Nate, que olhou para a porta.

― Vamos então ― pronunciou a morena se levantando. Isaac se aproximou dela, mas Nate o interpelou.

A garota abriu a porta do quarto e deixou que eles se resolvessem.

― Olá, Ava ― cumprimentou quando chegou ao lobby.

― Olá ― respondeu a ruiva fingindo desinteresse. ― Prontos para ir?

― Claro ― disse Jasmine passando por ela e indo até a garagem. Tão logo Nate destravou o carro, a morena se ajeitou no banco de trás e focalizou os olhos para o lado de fora da janela.

― Pode ir na frente, Ava ― autorizou Isaac. ― Boa chance de conhecer Nate melhor.

― Okay ― pronunciou a ruiva visivelmente confusa.

― Eu vou aqui atrás ― comunicou ele tagarelando sem parar. ― Com Jasmine.

― Bem, certo, entre logo no carro, Asa ― demandou Nate claramente irritado.

Isaac entrou e seus olhos se encontraram com os do irmão pelo retrovisor. Partiram.

Quando finalmente chegaram ao cemitério de Lakeloud, Jasmine sentiu uma coisa ruim na boca do estômago. Claro que aquilo poderia ser facilmente explicado pelo fato de estarem em um cemitério a noite quando ela preferia estar segura na cama do hotel e mesmo sem querer, ela acabou diminuindo o passo.

― Você está bem? ― Nate perguntou.

Jasmine corou e o odiou por destacá-la:

― Estou muito vem, obrigada ― respondeu cruzando os braços.

A morena só havia estado em um cemitério uma vez antes, para o enterro de sua avó materna, no Oregon. Elas nunca haviam sido muito próximas e Jasmine não podia dizer que realmente tinha sentido a perda dela. Seus dois primos, Eva e Mitchell, no entanto, haviam se debruçado no caixão em prantos, o que fez com que ela se sentisse ainda mais fora de lugar.

Ava parou:

― Aqui ― exclamou ela. ― Aqui é bom o suficiente.

― Tão bom quanto qualquer outro? ― Perguntou Nate com um sorriso, mas a ruiva estava séria.

Ela esticou um cobertor no chão e se sentou:

― Façam um círculo ― demandou e quando foi feito: ― Vocês trouxeram o necessário?

― Aqui ― Isaac lhe deu o que ela havia pedido.

― Pois bem, eu trouxe o lenço de seda ― falou embrulhando os outros itens com este ― e temos grama por toda parte ― ela arrancou uma lâmina de gramínea da área que não estava coberta. ― Agora podemos começar.

Então, ela pegou um isqueiro e acendeu a parte debaixo do embrulho.

E tudo ficou preto.

Jasmine teve uma sensação estranha quando acordou, como se estivesse no centro de um vulcão. Uma de suas coxas estava elevada como se estivesse jogada sobre algo, suas costas estavam imprensadas contra algo duro. Ela estava encostada em uma parede? Mas paredes não eram quentes e a dureza que sentia aconchegada na base de sua coluna só podia significar uma coisa e ela se sentou com um grito.

― O que? O que aconteceu? ― Respondeu Nate com a voz atordoada.

Jasmine se enrolou no lençol, na pressa para sair da cama, e caiu no chão com um baque.

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