Quinta-feira.
POV C.M.C.
-Sentimos muito pelo que aconteceu – diz ao finalizar a reunião.
Não é reconfortante ouvir "sinto muito" ou outros comentários de pena. Sentir muito não o traz de volta.
-Agradeço – respondo por educação, automático – Nos vemos em janeiro – digo ao apertar a mão dos acionistas que aos poucos se retiram da sala, me dirigindo um olhar complacente.
Só tenho mais uma semana para concluir as demandas e encerrar as atividades da empresa este ano.
Mesmo quando tinha que lidar com reuniões sozinhas, o que aliás já fiz muito, era fácil ao saber que tinha Adam para discutir.
Sem ele é tudo mais difícil, todos os aspectos da minha vida.
Fecho a porta da sala de reuniões e vou para o escritório, desbloqueio o computador e volto a ler os e-mails de mais cedo.
-Chloe! – Amber me assusta ao aparecer na porta.
Quando soube do acidente veio imediatamente para Miami.
-Boa tarde para você também – digo ao desviar a atenção da tela e olhar seu olhar cético.
-Te procurei a manhã toda! Onde estava?
-Visitei o tumulo dos meus pais, aproveitei e levei flores para Adam também.
Adam odeia flores, não sei porque faço isso.
-Chloe...
-Não! – interrompo ao verificar seu olhar, já sei o que vem em seguida.
-Não é justo o que está fazendo, você está sendo a âncora da empresa, a âncora de Ivy e principalmente a âncora dos pais do Adam. Não é certo ter todo esse peso encima de ti, principalmente neste momento....
-Estou bem, Amber.
-Adam não iria querer te ver assim.
-Ele não está mais aqui, que diferença isso faz?! – explodo.
-Acredite no que quiser Chloe, mas a sua negação não ajuda. Se permita sofrer, se permita sentir, você não precisa ser essa muralha – diz ao tocar meu braço – Desde que tudo aconteceu você simplesmente se fechou e se tornou essa pessoa extremamente controladora.
-E o que poderia fazer? Tenho uma bebê que tem ficado doente pela falta do pai, tenho uma empresa que necessita de representação e soluções, e ainda preciso lidar com perguntas sobre quando voltarei para "casa", mas aquela não é mais a minha casa, não sem ele.
-Amiga – diz ao me abraçar – Estou aqui para você.
-Ele também dizia isso, mas veja onde fomos parar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Do terno à mamadeira
RomanceDuas pessoas completamente opostas, mas com um elo que as farão viver juntas para sempre. Adam nasceu em berço de ouro, está acostumado com a riqueza, sempre teve tudo o que quis. Chloe nasceu em uma família humilde, teve que batalhar e ser forte de...