Trinta e sete.

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Sexta-feira.


POV C.M.C.

-Eu assumo por aqui – a voz que já está gravada no meu coração ecoa, grave.

-Ei, cara! Não encosta em mim! – Eric se enfurece, Adam revira os olhos.

Não posso deixar de enaltecer Eric, enfrentar assim alguém tão maior é corajoso... ou burrice.

-Ou o quê?! – cresce encima do primo, seus braços fortes se abrem ameaçadoramente.

Sempre foram tão grandes?

Ele parece mais com um galo de briga. 

-Adam, o que está fazendo? – questiono.

Ele não se mexe, apenas estende a mão e retira a bolsa da filha das mãos do primo. 

Eric bufa e volta para trás, descendo novamente as escadas.

-Vamos? – pergunta com naturalidade, coloca a mão em minha costa e me guia pelo corredor.

Ele abre a porta para mim e entro no quarto da nossa filha na casa dos avós. 

-Quer ajuda? – pergunta ao me ver tentar abaixar o zíper do vestido com uma mão, assinto.

Se aproxima, me viro de costas e com precisão ele abaixa um pouco, o suficiente para que eu consiga retirar meu peito com facilidade e conforto.

-Obrigada.

Me sento na poltrona reclinável ao lado do berço, depois de acomodar meu bebê no colo lhe entrego o peito.

-Como você veio? – pergunta enquanto olha com atenção as coisas de Megan Ivy no quarto.

-Meu motorista me trouxe.

Desde a semana passada não dirijo. 

Depois que bati o carro vi o quanto é perigoso dirigir sem estar bem emocionalmente.

-Você que escolheu a decoração? – pergunta, indicando uma grande coroa encima do berço que segura o mosquiteiro.

-Não, foi uma surpresa para nós. Seus pais fizeram questão de ter um canto preparado para Ivy... – falo, me recordando da animação da Susan ao nos mostrar.

-Por que está me olhando assim? – pergunta por fim ao se encostar na cômoda, depositando a bolsa de Ivy encima.

-Porque foi tão rude com seu primo? – questiono, ele ri – Você precisa tratar melhor as pessoas.

Adam sempre soube tratar todo mundo com educação, até mesmo Peter com quem mantinha uma certa inimizade. 

E então logo de cara trata mal Amber, e agora seu primo?

Não é tolerável, está agindo de forma arrogante, como se fosse superior a todos.

-Espera aí, é sério? – diz ao conter a risada – Nossa! – fala ao passar a mão nos cabelos e olhar para a janela – Me dê um motivo para trata-lo bem.

Penso. 

Para ajudar, Eric não tem muitos pontos positivos ao seu favor. Droga.

-Ele é seu primo! – sua risada aumenta.

-Oh certo, baby! Acho que não preciso falar mais nada.

Baby.

Baby.

Do terno à mamadeiraOnde histórias criam vida. Descubra agora