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Zayn ainda estava dentro do closet de Alisson. Organizou todo o espaço.

Quando recuou para avaliar seu sucesso, franziu o cenho. Parecia ter um rolo de alguma coisa, no canto extremo. Então se ajoelhou e o puxou.

Era um tecido embolado, como uma bolsa grande ou...não! Era um manto.

Com cheiro de...Argh...cheirava álcool, cigarro e outras substâncias. E sexo!

Dobrou a peça no chão e estava prestes a guardar de novo, quando se inclinou e espiou aquele canto com mais cuidado.

Havia outra coisa ali...

Esticou-se todo e precisou levar seu braço bem fundo. Era uma caixa. De metal, pelo toque frio que encontrou sua mão.

Tentou puxar o item pra fora,mas pesava mais do que esperava.  Precisou usar as duas mãos e ainda grunhiu pelo esforço.

A caixa era uma espécie de minicofre, com a lateral pesada e reforçada. Tinha uma fechadura que Zayn jurou que estaria trancada, mas que se abriu quando tentou puxar o trinco, a peça escapou e ele caiu de bunda no meio do quarto, tendo a caixa no meio das pernas.

Hesitou porque talvez aquilo fosse particular. Algo que os pais de Alisson devesse ver primeiro.

Entretanto a simples visão de levar algo da filha até eles, parecia algo que não daria certo. Então resolveu espiar.

Havia apenas um punhado de papéis. Era o contrato de um imóvel. Do aluguel...do que parecia ser um apartamento. No centro da cidade, a julgar pelo endereço.

Seria ali que Alisson passou todas as noites e dias em que não voltou pra casa?

__ Alugamos isso pra ela.

Zayn se virou assustado com aquela voz e porque tinha sido pego no flagra.

Sua tia estava parada atrás de si e santo Deus! Aquela mulher parecia ter saído de um acidente de carro ou moto, no qual ela era a motoqueira!

Os cabelos que sempre foram meticulosamente penteados e cheios de spray, cascateando pelos ombros, agora estavam emaranhados.

E no lugar dos terninhos elegantes, com muitas pérolas ao redor do pescoço e nas orelhas, vestia apenas uma camisola manchada, amarrotada, que um dia foi de seda, mas que naquele momento, mais parecia um guardanapo de papel amassado.

Os olhos estavam enlouquecidos e arregalados. Mas a mulher não olhava para Zayn . Olhava para a ordem dos cabides, que tinham sido organizados.

__ Você fez isso? - perguntou com a voz trêmula.

__ Sinto muito. - Zayn se atrapalhou com os documentos, tentando colocar de volta no cofre e fechá-lo. - eu só...eu não sabia o que fazer para ajudar.

__ As coisas dela...- uma mão frágil se esticou e resvalou nas roupas dos cabides - Deus! Como eu odiava essas roupas dela!

__ Eu não devia ter entrado aqui.

__ Não se preocupe, Zayn. Está tudo bem. Você fez...um trabalho melhor que o meu.

__ Não era da minha conta...

__ Alugamos o apartamento porque não suportávamos que ela saísse e chegasse a qualquer hora da noite. Desarrumada. Embriagada. Drogada. Impregnada dia fedor do sexo.

Um pedido de socorro interno começou a gritar na cabeça de Zayn. Sentia que estava em campo minado e não tinha por onde escapar. E fez um lembrete mental de, no futuro, ter mais cuidado com aquilo que pede.

Não era bem isso que imaginava quando desejava conversar.

__ O pai dela tinha certeza de que a banir seria a ação corretiva, para toda a desobediência. Achava que ela devia sair, perceber sua sandice e abandonar esse tipo de comportamento. - a gargalhada que a mulher soltou ao dizer isso, era a personificação da loucura - em vez disso, ela viveu, ainda mais do antes, de acordo com seus termos. Eu não conseguia falar com ela. E ele mal tentou. E tudo foi piorando. Ela gostava de nos torturar.

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