Capítulo 6

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Kion não conseguia relaxar, tinha medo até de respirar e Noah achar que ele estava fazendo algo inapropriado. Seu corpo vibrava por tê-lo ali, ele sempre ouviu sobre a ligação entre dominante e reivindicado, mas nunca imaginou que em segundos seu mundo se tornaria apenas Noah. Ele só conseguia pensar em protege-lo, fazê-lo feliz, era inebriante e ao mesmo tempo assustador, pois tinha certeza que seria capaz de qualquer coisa para isso.

Noah despertou se sentindo aconchegado e tranquilo. Abriu os olhos e se deparou com o olhar amoroso de Kion. Corou por perceber que estava tão à vontade deitado em seu peito. Kion sorriu.

- Dormiu bem? – Perguntou de forma doce.

- Si. Sim. – Noah respondeu sem graça se separando dele.

- Você está com fome? Vou preparar alguma coisa a Maia e seu amigo logo chegarão, eles também vão estar com fome. – Ele se levantou e na porta do quarto parou. – Você não vem? Assim você já conhece um pouco da casa. – Noah o olhava de forma estranha. – O que foi?

- Você não vai se vestir?

- Não achei que fosse necessário colocar uma camisa, mas tudo bem. – Kion voltou e vestiu a camiseta. – Melhor assim? – Noah fez que sim. – Vamos então? – Ele viu que Noah estava corado e não entendeu o motivo. – O que foi agora?

- Eu preciso me trocar.

- Ah. Claro. Eu espero lá fora.

No caminho até a cozinha, Kion mostrava, orgulhoso, a casa. Contou que ele mesmo a projetou, que escolheu cada objeto e planejou cada detalhe.

- É muito bonita. – Noah disse sinceramente.

- Você pode mudar o que quiser, qualquer coisa, é só me dizer que estará feito.

- Kion, por favor. Eu não quero que você alimente isso, eu não quero que você fique magoado.

- Eu não estou alimentando nada. Aqui, as coisas são assim. Eu reivindiquei você, com isso, você passa a ter direito sobre tudo que eu tenho, eu inclusive.

- Como isso pode ser normal para você? Você mal me conhece e se eu for um louco psicopata?

- Meus instintos não escolheriam alguém que não me completasse, que me causasse mal e você não é um psicopata.

- Instintos. Você fala como se não fosse possível escolher, como se os instintos decidissem sua vida.

- Os instintos garantem a sobrevivência, desenvolvimento e felicidade, claro que eu tenho escolhas, mas nós aprendemos que os instintos nos garantem uma vida plena.

- Você os está seguindo cegamente, me dizendo que sua casa e suas coisas são minhas, agindo como se fossemos um casal.

- Acredite, eu não os estou seguindo cegamente, se estivesse, nós ainda estaríamos naquela cama... fazendo amor. – As pupilas de Kion se dilataram e ele chegou perto de Noah e o cheirou. – Você não faz ideia de como foi torturante te ter em meus braços, sentir seu cheiro delicioso e ter que frear meus instintos. – Noah deu um passo para trás assustado. Kion o segurou pela cintura e o puxou para perto. – Eu já disse que você não precisa ter medo de mim! – Sem controle ele o beijou.

- Me me solta! – Noah disse quando os lábios se separaram.

- Me desculpe! – Kion, ofegante, o soltou imediatamente. - Isso nunca mais irá acontecer. Eu juro!

- Não mesmo, quando Alvin chegar, irei embora.

- Por favor Noah.

- Você vai me impedir?

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