Capitolo 3

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– Lily –


Encarei a atendente por alguns instantes.

– O que? – perguntei.

– Não temos nenhum vôo saindo hoje – ela repetiu, pacientemente.

Olhei pra Potter, que parecia estar com medo da minha reação.

– E trens? – perguntei. – Barcos? Cavalos?

A atendente negou.

– O presidente está com Febre Pulmóide – ela disse. – Ele decretou que ninguém entra ou sai do país até segunda ordem.

Potter apoiou os cotovelos no balcão, e sorriu para a atendente. Como se ele fosse conseguir que ela desobedecesse o decreto do presidente simplesmente por ser charmoso.

Não que ele fosse charmoso, mas ela poderia achar que sim.

– Clara, nós moramos na Escócia – ele começou. – Nós viemos aqui fazer uma matéria com o sindaco Martino. Nós precisamos voltar para casa. Nós não temos para onde ir aqui na Itália! A gente nem se gosta! Não é uma opção viável prender a gente aqui!

A atendente deu de ombros, mas eu conseguia ver que

– Eu sinto muito, senhor – disse ela. – Mas mesmo se eu conseguisse pilotar um avião, o que não é o caso, eu seria presa por isso.

Suspirei.

O telefone de Potter começou a tocar.

– Slughorn já ligou várias vezes...

– O sinal aqui é péssimo – murmurei. – Deixa eu falar com ele

Potter me encarou.

– Você está calma o bastante para isso? – ele perguntou. – Ele ainda é nosso chefe, mesmo sendo irresponsável e o culpado por tudo isso.

– Eu estou calma.

Ele assentiu e me entregou o celular.

– SLUGHORN, NO QUE VOCÊ ESTAVA PENSANDO? – atendi.

Potter suspirou.

– A calma em pessoa.

Lily, fique calma – disse Slughorn. – Onde vocês estão?

– Onde você acha que nós estamos? – perguntei. – Estamos no aeroporto. Sem ter para onde ir. Porque alguém teve a brilhante ideia de nos mandar para um país que fechou as fronteiras por causa de um vírus!

Slughorn suspirou.

Lily, me escuta – ele disse. – Eu vou ligar para a embaixada, mas vocês precisam ir para um lugar seguro. Você consegue ligar para o hotel e perguntar se vocês podem voltar?

Tirei meu celular do bolso e vi que havia trinta mil chamadas perdidas de Lene. O meu sinal ruim havia feito com que eu ficasse presa naquele país.

Entreguei o telefone a Potter.

– Liga pro hotel e vê se poderíamos voltar.

Ele assentiu e se afastou um pouco para fazer a ligação.

Suspirei.

Eu vou conseguir um jatinho para tirar vocês daí, Lily – Slughorn disse.

Esfreguei a testa com as mãos.

– Eu sabia que ele estava com Febre Pulmóide... – murmurei.

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