Capitolo 5

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– Lily –


    Potter saiu do quarto, com cara de sono e o cabelo bagunçado para todos os lados. Ele me encarou, confuso, olhando para o que eu havia feito com a sala.

    Eu tinha afastado o sofá e a estante vazia da parede que iríamos pintar. Com uns lençóis velhos, protegi os móveis para não manchar nada.

    Paolo tinha ficado extremamente animado com a renovação. Ele até tinha sugerido que viesse me ajudar, mas como estava tendo que visitar sua tia-avó com frequência, achei que seria perigoso.

    E eu também não estava afim de lidar com Paolo e seu flerte constante.

    Não quando eu já tinha que lidar com Potter e suas provocações diárias.

    – O que você está fazendo? – perguntou Potter.

    Franzi a sobrancelha.

    – Como assim? – perguntei. – Estou reformando o apartamento, que nem a gente combinou.

    Potter franziu o nariz.

    – Eu achei que você só iria comprar um vaso de planta novo, ou algo do tipo.

    O encarei, respirando fundo.

    – Mas tudo bem! – ele continuou rapidamente. – Vamos pintar a parede!

    Assenti.

    – Você foi ao supermercado? – ele perguntou, olhando para as várias sacolas de coisas que estavam no chão da cozinha.

    – Fui, agora de manhã – murmurei. – É gigante!

    Potter mordeu o lábio, como se estivesse se segurando para não fazer alguma piada ofensiva.

    – É mesmo – ele respondeu, com calma.

    O encarei, mas desisti de fazer qualquer comentário provocativo. Eu precisava me controlar também, se fôssemos conseguir ficar sem brigar.

    Nos encaramos por alguns instantes.

    – Bom... – ele murmurou. – Eu vou só ao banheiro, e podemos começar.

    Assenti.

    – Tem ciaccino quentinho dentro do microondas – murmurei. – Caso você esteja com fome.

    Ele me encarou.

    – Tem o que?

    Dei uma risada.

    – Pão italiano com queijo e presunto.

    Ele sorriu.

    – Ufa, falou minha língua!

    Assenti e ele voltou para dentro do quarto.

    Potter tinha a capacidade de ser agradável, ele só não fazia isso com muita frequência. Quer dizer, nenhuma frequência.

    Pelo menos, ele tinha concordado com tudo aquilo. Seria um pouco cansativo organizar tudo de novo, e poderíamos acordar no dia seguinte com a notícia de que Slughorn havia conseguido que nos tirassem de lá. Tudo que estávamos vivendo era o contrário de permanente, e ele tinha concordado com tranquilidade. Não que a lista de atividades para se fazer ali fosse muito extensa, mas ainda assim.

    Meu ponto era: eu estava agradecida a Potter por ter concordado em me ajudar. Faria toda a diferença para a nossa convivência a gente morar em um lugar que não fizesse nossos olhos sangrarem.

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