Capitolo 7

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– Lily –


Acordei e, ao sair do quarto, não fui recebida por um contente Nero. Ele sempre vinha correndo falar comigo quando eu acordava e saia do quarto. Os dois provavelmente estavam passeando.

Potter estava sendo, para meu espanto, extremamente responsável em relação a Nero. Não era que nem quando uma criancinha pedia um cachorro para os pais e prometia que ia cuidar dele, mas no final do dia já tinha esquecido as suas obrigações. Potter descia com ele todos os dias de manhã, lembrava de colocar comida, brincava com ele e todo o resto.

É claro que Nero havia me conquistado no minuto que eu tinha olhado para aquela carinha simpática e aqueles olhos pidões, mas eu precisava manter a pose e brigar com o inconsequente do Potter. Tinha sido uma ideia maluca adotar um cachorro naquelas condições.

No entanto, com o passar dos dias, eu só conseguia pensar no absurdo que seria nós tendo que dividir a guarda de um cachorro quando voltássemos para Edimburgo, como se fôssemos pais divorciados. Viktor ia ter um surto, ele era totalmente uma cat person.

Potter ainda estava de castigo por conta daquela situação, então já era a sua quarta noite consecutiva dormindo no sofá. Eu já estava disposta a voltar a revezar, mas ele fingia que não se incomodava.

Esfreguei os olhos com as mãos e me dirigi para o banheiro. A gente estava deixando a porta fechada para não correr o risco de Nero pular na banheira ou tomar água da privada. A gente ainda não sabia muito bem sobre suas manias com a antiga dona.

A porta, porém, estava fechada por outro motivo.

Me deparei com Potter, só de cueca, se barbeando.

Nero estava deitado no tapete felpudo, mas veio correndo até mim.

Tentei controlar a vergonha.

– Oi – riu Potter.

– Oi – murmurei. – Foi mal, eu achei que vocês estavam na rua.

Ele assentiu.

– Nós voltamos tem um tempinho.

Concordei.

Fiquei paralisada, mantendo a minha visão somente nos olhos dele.

– Você precisa usar o banheiro? – perguntou Potter, depois de alguns instantes.

Neguei.

– Eu espero.

Me virei para ir embora e Nero saiu do banheiro junto comigo.

– Evans – Potter chamou.

Me virei novamente para ele, ainda só olhando para o seu resto.

– Oi? – suspirei.

– Você não tem doze anos de idade. É só um corpo.

Dei uma risada.

– Vai se foder...

Ele deu uma gargalhada e eu fechei a porta do banheiro atrás de mim.

Me escorei na parede e respirei fundo.

Pelo menos, ele não estava molhado de novo.

...

Me joguei ao lado de Potter no sofá depois do jantar.

Nós havíamos feito risoto de abóbora, com parmesão e carne desfiada. Quero dizer, ele havia feito muito mais do que eu. A minha participação tinha sido mais na parte da observação e no revezamento para mexer o risoto na panela.

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