Ao estilo dos anos 50

capitulo 13

Estávamos sentadas em um círculo no meio da sala: Alya estava com um pote de pipoca entre as pernas e as vezes jogava uma pipoca para cima, pegando com a boca; Rose estava no colo de Juleka enquanto a morena fazia carinho nos fios loiros.

Alix estava jogada no tapete, com as pernas esticadas no meu colo. Quanto a mim? Eu estava sentada normalmente, prestando atenção ao programa de encontros que passava na televisão.

Eu sei que aquele programa não estava no que planejamos para a noite, mas era aquilo que tínhamos.

A competição de karaokê não saiu bem, já que o microfone parou de funcionar depois de duas músicas. Eu preparei alguns lanches para nós, mas no processo, Rose se queimou.

A noite parecia um verdadeiro desastre, tudo que eu mais queria era uma festa do pijama com as minhas amigas, será que era pedir demais?

O programa de encontros me fazia lembrar de Adrien, já que um dos participantes era a cara dele. Argh, eu não consigo tirar ele da minha mente.

Eu estava em um impasse: Luka ou Adrien?

Ambos eram ótimas pessoas e pareciam gostar de mim, bem, mais Luka do que Adrien. Adrien apareceu de repente, depois de quatro longos anos e me fez de novo me sentir como uma adolescente. Já Luka, o doce Luka, sempre esteve ao meu lado. Me apoiando em cada empreitada, por mais louca que fosse.

Ele era meu amigo, meu melhor amigo.

Mas mesmo assim, não consigo vê-lo mais que isso. Mas ao mesmo tempo, sinto que meu coração se alegra ao vê-lo. Meu coração se aquece em seu abraço, e sinto que posso contar tudo para ele que o mesmo não vai me julgar.

Sim, eu estou fodida.

Algo me tira dos meus devaneios, me atingindo com uma ligeira força na minha bochecha direita. Pisquei algumas vezes, a realidade vindo com tudo, um grão de pipoca em meu colo.

Olhei para os lados, querendo saber quem foi a engraçadinha.

- Al! – peguei a pipoca que ela jogou em mim e revidei, com um sorrisinho petulante nos lábios.

- Você estava em um outro planeta – ela disse, em sua defesa, dando de ombros.

Alix foi na direção dela, pegando um punhado de pipoca na mão.

- Um planeta chamado “Adrien”.

As meninas riram. Peguei uma almofada ao meu lado e joguei na ruiva, acertando em seu rosto.

- Marin, você sabe que a Alix não tolera.... – Rose tentou dizer, mas é impedida por uma almofada em seu rosto, vinda de Alix.

E foi nesse momento que eu tive certeza de que provoquei uma guerra de travesseiros.

O pote de pipoca no colo de Alya caiu no tapete da sala, espalhando pipoca por toda a extensão. Rose e Juleka correram até o quarto, voltando com vários travesseiros nos braços, jogando em nós.

Eu não fiquei para trás, peguei duas almofadas e fiz uma proteção ao redor do meu rosto, tentando me esconder atrás do sofá.

Foi uma tentativa falha, já que Alya me acertou nas costas com uma almofada.

Senti muita falta desses momentos, momentos que eu me sentia livre de responsabilidades e poderia me tornar de novo uma adolescente.

Conforme eu cresci, vi que muitas coisas que eu imaginei quando criança não se tornariam realidade. Eu não conquistei meu carro assim que fiz dezoito e muitos menos consegui uma carreira estável.

Tudo o que conquistei foi fruto de muito esforço. Minha marca de roupas, meu reconhecimento mundial, tudo fruto de esforço.

Minhas amigas se mantiveram ao meu lado, nos bons e maus momentos. Elas me ajudaram com os desfiles, com os compromissos e entenderam quando tive que furar encontros por causa do trabalho. Eu amo minhas meninas.