Alphas Spiritis _liskook_

XXV

Atlanta, extremo norte...

( LISA )

A dor em cada centímetro do meu corpo era terrível, eles realmente me quebraram, ri com o meu pensamento. Isso era uma necessidade para convencer minha alcatéia; essa dor não era nada comparado ao que já passei.

O piso frio de metal sacudia conforme o baú que nos levava passava pela estrada esburacada, a dor nas costelas se misturava ao resto, o solavanco que veio em seguida impulsionou meu corpo para a parede metálica, foi inevitável não dar um gemido de dor.

- Quanto será que falta para chegarmos? - ouvi uma voz falha perguntar próximo a mim.

-  Não sei - respondi num sussurro, não  perguntei quem era, mas sabia que era um dos betas que veio comigo.

A luz fraca que entrava pelas estreitas grades no topo da porta, se apagaram aos poucos. A escuridão sugava o único fecho de luz que ainda existia, não sei a quanto tempo estávamos aqui; de alguma forma no meio de toda essa dor, meu único pensamento era ele, Jungkook...

Seu olhar compreensivo e preocupado enquanto me olhava, seu pedido de perdão por não conseguir evitar algo que nem ao menos tinha culpa, sua última carícia antes de partimos de lúpino, seu pedido sôfrego para que eu fique bem, ele era tão sensível pra um alfa, sorri ao pensar. Jeon era especial demais.

A agonia se misturou ao incômodo, e junto a dor dos golpes que levei durante a noite foi inevitável perder a consciência.

...

- Andem! Abram logo essas portas!

Os gritos do lado de fora estavam fervorosos, o som abafado não me deixava assimilar as coisas, a luz forte e arredia adentrou com tudo ao abrirem a porta da caixa metálica, murmurei com o incômodo tentando levar a mão ao rosto sem êxito.

- É ela! - alguém afirmou desconhecido.

Ela quem? Eu já havia chegado?

Meu corpo foi elevado e a dor foi estridente, apenas vi silhuetas controversas antes de sentir um golpe em meu pescoço, fazendo com que eu apagasse novamente... Desgraçados.

........

Atlanta, extremo sul...

Apesar de ter pinheiros por toda a atlanta, naquele local parecia ter um aroma diferenciado e, estranhamente familiar, inspirei fundo ainda com os olhos fechados, sentia pontadas em meu corpo, mais leves eu diria.

O lugar estava imerso a escuridão, tatei o acolchoado macio me esforcei para levantar, aos poucos consegui reconhecer o cheiro, aquele era meu quarto.

A porta foi aberta e uma senhora com a cabeça baixa entrou, a luz imediatamente irritou minha vista ainda sensivel.

- Oh, senhorita Manoban, finalmente acordou! - sua mão foi de encontro ao meu rosto enquanto me analisava.

- O que aconteceu? - minha garganta estava seca, e minha mente começava lembrar de algumas coisas.

- Tenho ordens apenas de cuidar de seus ferimentos. - foi a única informação que me foi dada.

O receio era grande, o silêncio naquele quarto mesmo estando acompanhada me preocupava, meu foco se mantinha no plano, então qualquer outra coisa que quisesse aparecer eu removeria do meu caminho.