XVII

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Atlanta, extremo norte...

( Jungook )

- Levem-no! - ordenei a um dos guardas.

Já possuíamos parte dos planos da alcatéia do sul, mas não era o suficiente, embora o homem fosse apenas um peixe pequeno, suas informações trariam resultados.

Meu já havia trassado um plano para aquela noite e sua ordem era clara, eu não iria, meu descontrole atual poderia prejudicar os planos. Contra minha vontade fiquei, ele ainda era o lider, não possuia culpa nos meus problemas.

- O que vamos fazer se estiver lá? - um dos voluntários perguntou.

- O cão infernal de Uktena? - meu pai perguntou recebendo a confirmação - usemos nossas armas por via das dúvidas.

Havíamos recebido confirmações de rumores sobre uma grande vantagem de Uktena, o cão infernal, um lobo sem piedade alguma de ninguém nem mesmo dos seus, o motivo ainda não sabiamos.

- Pai! - o chamei olhando um ponto qualquer da parede - e se ela estiver lá? - perguntei com um aperto no peito.

- Já passei as características dela meu filho - falou e suspirou quando olhou pra mim - se um deles a verem, tem ordens de traze-la viva sem machuca-la.

Tudo estava diferente, desde que aquele homem a levou a força naquele dia, tenho a procurado, era como se a mesma houvesse sumido. Essa situação ficava cada vez pior, não aguentava ninguém por perto, fosse ômegas, alfas ou betas.

Com a partida de todos, a única coisa que me restava era a espera. A ansiedade me fazia ir de um canto ao outro esperando o resultado desta noite.

Já havia ido em cada canto vasculhando tudo que eu podia buscando alguma distração, entre as coisas velhas do meu pai que ficava num pequeno quartinho, encontrei algo que não via a muito tempo. Uma pequena fotografia da minha mãe, ela estava sorridente como se a câmera fosse sua razão para isso.

No quarto distraído com a imagem da mulher que um dia esteve ao meu lado, que me deu a vida não somente uma vez, pude sentir a solidão que ela deixava.

O teto branco e descascado pela vezes que jogava algo nele, era a única visão de um mundo ao qual eu tinha liberdade de me expressar, sem julgamentos dos membros do clã.

Sendo a única coisa que eu poderia me concentrar agora, o incômodo de não ter ido junto aos outros não diminuía, em meio a um turbilhão de pensamentos um incômodo próximo a minha costela se fez presente, estava crescente e já se tornava em dor, outra ainda pior veio seguida de mais uma, gritei.

Sentia como se algo houvesse perfurado minha carne, porém nem sequer um corte havia.

A dor latejante queimava, minhas pernas fraquejaram ao tentar me levantar fazendo com que eu fosse ao chão, a luz parecia estar sumindo, aquilo não fazia sentido.

- Jungook! - ouço me chamarem e reconheço aquela voz mesmo após tentos anos, meu amigo.

- Jimin, me ajuda! - pedi sentido os ultimos resquícios de consciência se esvair.

...

- O que aconteceu?

As vozes estavam distantes, mais se assemelhavam a sussuros embreagados, ou talvez fosse minha mente exausta demais. Não consegui discernir quanto tempo havia se passado até que eu finalmente abrisse os olhos, o quarto estava escuro mas pelo cheiro estava claro que era o meu.

 Alphas Spiritis  _liskook_Onde histórias criam vida. Descubra agora