13- O Enigma da Esfinge

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Antes mesmo que caísse a noite, os Caçadores foram até o centro de Londres. Ninguém dentre eles sábia exatamente qual seria o real tamanho do Sangue Azul; a noite se passava e nada da criatura. Pouco antes de lá chegarem Prilacis comunicara a Irmandade, segundo a informação que lhe tinham passado era que até então não havia sinal de Octavius e nem dos Feiticeiros que estavam estavam supostamente a ajudá-lo, o que sugeria que tais Feiticeiros não eram meros Feiticeiros, pois sabiam exatamente como esconder os seus rastros, o que fazia Prilacis se questionar sobre a conclusão que tivera quanto a quem enfeitiçara o Cortês ser alguém inexperiente. Não fazia sentido ter alguém assim como cúmplice a menos que quisessem ser facilmente pegos.
  
   O silêncio foi quebrado por um alarido de pessoas gritando apavoradas e correndo de um lado para o outro seguido de rugidos ensurdecedores.
  
— O nosso convidado chegou. — principiou Lucian.
  
—  Royal Courts of Justice. — Ravi anunciou o local de onde vinha o alarido.

   A criatura estava longe, mas dava para ouvir os seus rosnados assassinos a quilômetros de distância. Todos seguraram em Ravi e saltaram para o Royal Courts of Justice. Ao chegarem puderam ver a criatura já a derrubar parte da edificação do Tribunal. Naturalmente todos estavam tomados pelo medo e fugiam desesperados, no entanto, haviam os curiosos sem senso de perigo que filmavam com os celulares a besta.
  
— Feiticeira! — Lucian a chamou. — Câmeras!

   Prilacis olhou ao redor e viu algumas pessoas a filmar a cena, e as câmeras de segurança espalhadas pelo quarteirão. Balançara a mão e todas elas entraram em curto circuito assim como os celulares que se apagaram na hora. Por conseguinte ouviu-se uma explosão quando a cauda gigantesca da Hidra embateu contra os carros parados na estrada.
  
— Saiam todos daqui! — gritavam os homens da polícia.

   Em poucos segundos o espaço inteiro ficara cheio de policiais que atiravam sem cessar formando um mar de cartuchos das balas ao redor.
   
— É grande demais ele vai destruir metade da cidade se ficar aqui. — observou Harumi. — E tem muita gente ao redor.

— Nãos nos preocupemos com a exposição agora. A segurança dessas pessoas é mais importante. Por isso é que estamos aqui. — respondeu Prilacis. — Harumi, chame a atenção dele.

— Prilacis, eles vão ver.

— Depois isso se resolve. Agora faz logo.

   Harumi anuiu. Conjurou chamas e as lançara contra o monstro. Aparentemente a Hidra era cega, tinha olhos de ovelha. Os orifícios nasais se dilataram farejando de onde viera o que lhe atingira até sentir o cheiro dos Caçadores. Novamente o rugido das três cabeças soaram como trovão enquanto a serpente vinha contra eles destruindo tudo a sua passagem.
  
— Ravi, nos leve para longe. — sugeriu a Feiticeira.
  
— Para onde?
  
— Para qualquer lugar que não tenha civis. Harumi, quando eu disser você acerta nele com qualquer coisa grande, logo depois, Ravi toca nele e nos leva junto.

   Os dois assentiram à medida que se preparavam enquanto a fera vinha vindo rente a eles, mas algo deixara Harumi preocupada. Não havia nada grande o suficiente para reter a criatura por tempo suficiente até Ravi atuar.
  
— O que está esperando? — Prilacis indagou.
 
— Eu não sei o que usar, não tem nada grande o suficiente aqui que pode atordoá-lo e nos dar tempo.
  
— E que tal ra...

   Lucian interrompeu as suas palavras quando a Hidra deu um salto em cima deles. Harumi movimentou as mãos fazendo gerar uma onda de vento que arremessou a criatura contra o Royal Courts of Justice, o que consequentemente destruiu parte da estrutura. Não obstante, o monstro voltou a atacar sendo impedido, agora, pela parede invisível gerada por Prilacis. Cada vez que embatia-se contra a parede ela reluzia com a coloração escarlate de forma ondulada, como quando uma pedra é jogada no mar.
  
— O que estava dizendo, Lucian? — ela perguntou.
  
— E se usasse raios? — informou sugestivo para Harumi.
  
— Eu tenho a palavra Thor escrita na testa por acaso? — rebateu.
 
— Seria ótimo se tivesse.
 
— Parem de brincar, eu não posso aguentar essa barreira por muito tempo. — Prilacis mantinha os braços erguidos.
 
— Você domina o ar — Lucian continuou. —, se fizer o ar girar muito, mas muito rápido a trezentos e sessenta graus isso vai gerar eletricidade, consequentemente os raios. Creio que isso é suficiente para atordoar a Hidra.
   
   Prilacis pediu a metiza que tentasse; ela já começara a sentir a dormência nos braços. Harumi caminhou para à frente. Ravi saiu de perto. Frmou os pés no chão e o ar começara a girar em torno de suas mãos lentamente e foi aumentando a velocidade gradativamente. Ao passo que ela fazia acontecer, Prilacis quase caíra. A força da Hidra era tanta que a Feiticeira se cansara em pouco tempo.
  
— Rapido. — Articulou fazendo força para suportar a dormência nos braços.
   
   A ventania começara a aumentar à medida que girava em volta as mãos de Harumi, e enraivecida, a serpente embateu forte contra a parede e Prilacis foi jogada para trás. Lucian se moveu e tomou-a nos braços antes que tombasse no chão. Foi nesse instante que surgiu outra Feiticeira junto de Harumi, com um longo vestido branco acompanhada de um felino, ela ergueu uma única mão contra a criatura e um círculo mágico gigante reluzente  alaranjado apareceu de gerando outra barreira.  Por sua vez, Harumi prosseguiu fazendo girar o ar cada vez mais forte até que os raios começaram a envolvê-la como se fosse um para-raios humano; a Feiticeira recém chegada abaixou a mão e a barreira sumiu, consequentemente fazendo o monstro passar. Feito isso, Harumi estava pronta para desferir o golpe e, ergueu os braços num grito e direcionou os raios contra o oponente que aí vinha; depois de a ter acertado a criatura ficou caída tentando se recompôr.
  
— Vamos agora! — Prilacis gritou com as forças que conseguira reunir. Ficou em pé com a ajuda de Lucian.

ARCONTES-Livro 1 (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora