XXXI

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Camila Mendes 

Depois de quase três meses de folga pra a maioria, voltamos ao trabalho. Eu já estava sentindo falta de comandar aquela empresa, de ver o processo de costura das minhas coleções e das reuniões. Kj voltou pra sua casa hoje, por mais que eu quisesse que ele ficasse comigo, não protestei e aceitei. Os olhares pra nós dois quando entramos na empresa todos os dias, são perceptíveis, todos já sabem do nosso relacionamento e não é novidade pra ninguém. 

Preferi mudar o cargo de Kj para meu segurança particular, ficar por perto caso ele veja alguém estranho. A rotina é a mesma de sempre, reuniões, negócios, desenhos e problemas. Cole tinha adiantado maior parte das coisas então não fiquei tão atarefada, Kj fica ao lado da minha porta, todas as pessoas que entram ele sabe quem é, quando é alguém estranho ele liga parar o telefone da minha sala para me avisar. 

- Eu quero todos os vestidos de seda... Você tem até o final do mês pra tudo estar completo, certo? Ótimo, obrigada. 

Madelaine Petsch 

Essa aventura de ser mãe estava sendo incrível, nunca pensei que esse momento iria chegar, eu sempre fui tão solta, nunca quis nada sério com ninguém e em um piscar de olhos, virei mãe. O Travis é um paizão, me ajuda em tudo, acorda na madrugada pra colocar Louise pra dormir e quando preciso resolver algo, ele cuida dela pra mim. 

Mas está sendo complicado, ver que alguém a cada dia alimenta sentimentos por mim e não posso retribuir da mesma maneira que antes é estranho, confuso e angustiante. O Travis é um cara incrível, mas, meu coração já não o pertence mais, e eu me sinto mal por isso. 

- De banho tomado e alimentada! Minha lindinha. - Acaricio o cabelinho da Louise enquanto analiso-a, ela é tão linda. 

Desperto dos meus pensamentos quando a campainha toca, coloco minha filha no berço e vou atender. Quando abro a porta, sou surpreendida com um beijo nos lábios, forte. 

- Eu precisava fazer isso. - Olho pra ela assustada, sem reação. 

- Vanessa. eu-eu... 

- Shii... - Colocou o dedo na frente dos meus lábio. - Não precisa dizer nada, eu sei que fiz errado vim aqui te beijar, ainda mais que você está em um relacionamento. - Eu não podia negar nada porque era verdade, por mais que eu tenha gostado, não podíamos agora, seria muito errado com o Travis. 

- Ah... E-entra. - Falei ainda sem reação, ela entrou e foi em direção ao berço vendo Louise. 

- O seu parto foi perfeito e ela é linda, igual a você. - Disse me deixando meio envergonhada. 

- Obrigada, mas como você conseguiu vim aqui? Você deveria estar no trabalho e - Olhei pra os lados e para a porta. - O Travis pode chegar a qualquer momento. 

- Ah ele não está aqui? - Perguntou se aproximando. - Melhor ainda, temos tempo para ficarmos juntas um pouco e... 

- Vanessa, para! - Falo cansada. - Você sabe que não podemos fazer isso, não agora, é errado e eu ainda estou namorando e é covardia com o Travis.

Ela abaixa a cabeça meio chateada. 

- Se você me quer mesmo. - Digo quebrando o silêncio. - Você vai me entender e concordar com isso, até eu terminar com o Travis. 

- E quando que isso vai acontecer?! Quando a Louise fazer um ano e não precisar mais dele pra acordar nas madrugadas porque ela já não vai estar acordando mais nas madrugadas como agora. Vai ser nesse momento? - Disse me deixando sem palavras e sem reação. 

- Eu... Não... Eu só preciso de um tempo. - Digo. - Por favor, tenta entender. Não está sendo fácil pra mim, será que é tão difícil de entender! 

Um silêncio constrangedor se instala na sala, não sei o que falar e no que pensar, isso tudo só me deixa mais confusa. 

- Eu vou te esperar por um tempo Madelaine, mas esse tempo esgota e aí eu vou seguir em frente, saiba disso. - Disse se dirigindo a porta. 

- Não... - E ela se foi, me deixando mais aflita e perdida em meus pensamentos. 

Algumas lágrimas brotam em meus olhos, molhando o meu rosto, o meu coração apertado e minha cabeça explodindo, sem saber o que fazer. Eu só espero que ela me perdoe por estar fazendo ela passar por isso tudo.

Kj Apa

Não posso fingir que não estava gostando do meu novo cargo por que eu estava, ficar ao lado da porta da sala de Camila e ver cada um entrando e saindo dali, me deixava mais tranquilo, assim posso proteger ela mais de perto e não deixar que ninguém toque nela. Nas horas vagas do almoço, ou quando ela não tem nada pra fazer, sou sequestrado pra dentro da sua sala e ela me rouba uns beijos e algumas carícias gostosas que estavam nos divertindo. 

Já escutei vários comentários do tipo "agora ele é namorado da patroa e tem mais direitos, o salário deve ta sendo bem maior que o nosso", isso me incomodava um pouco, mas pra minha surpresa, Camila igualou o salário de todos, deixando cada um satisfeito com o trabalho que tem. 

Sou chamado na sala de Camila, já imaginando o que é, até no trabalho ela conseguia ser pervertida. 

- Pode ir tirando pensamentos pervertidos dessa cabeça porque não é nada disso, só te chamei pra te alertar que você vai acabar esquecendo seu filho na escola. - Ela diz me deixando apavorado, já era seis da tarde e a escola estava quase fechando. 

- Não ri amor. - Falo quando vejo ela gargalhar da minha cara de apavorado. 

- Calma, a escola fecha daqui uma hora, da tempo de você chegar lá. 

- Vai la pra casa depois daqui. - Digo piscando pra ela que da um sorrisinho pervertido e me da um selinho, saio porta a fora pra buscar o Ben. 

Camila Mendes 

Arrumei minhas coisas saindo da sala e me despedindo de alguns seguranças que cuidava da empresa pela noite toda. Entrei no carro dando partida para a casa de Kj. 

- Porra! - Falei estressada pelo engarrafamento enorme que eu me meti. Os carros buzinavam atrás de mim me deixando mais estressada ainda. - VÃO SE FODER! 

Gritei

- Ligação do número de "Kage" - O carro avisa. 

- Atender. - Digo. 

- Alô, Camila Mendes?. - Escuto a voz de uma mulher e me assusto. 

- Sim, a própria, quem está falando? 

- Vi que seu número está salvo como fixo no telefone do paciente. O senhor Apa acabou de sofrer um acidente, o seu carro capotou. Ele está sendo levado para o hospital agora e a única coisa que posso dizer a senhora é para ser forte por que...- Ela ficou em silêncio me deixando mais nervosa ainda.- O estado dele é muito grave, talvez ele não resista. 

Eu não sentia ar em meus pulmões, não conseguia respirar, estava sem chão e com uma dor no coração como se estivesse levado um tiro. Só sentia lágrimas grossas descendo pelo meu rosto. 

- Alô, senhora Mendes? 

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Gente...

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Beijos!

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