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Kj Apa

Estávamos a 2 horas no hospital, eu não posso mentir que estava muito nervoso pra conhecer meus filhos. Camila sentia contrações fortes e sempre apertava minha mão, confesso que em alguns momentos eu pensei que perderia minha mão.

Quando eles se acalmava — que não era por muito tempo — eu conversava com eles enquanto Camila pelo menos comia algo. Mas não durava tanto e ela já estava se contorcendo de dor e apertando minha mão com força.

Neste momento Camila estava gritando de dor por causa das contrações que pioraram, seus cabelos estavam presos e ela suava exageradamente.

- EU NUNCA MAIS TRANSO COM VOCÊ KENETI APA, NUNCA MAIS!

- Tá bom amor, eu já entendi. - Falei enquanto ajudava ela a melhorar as contratações.

Ela gritou novamente de dor, seus gritos eram tão assustadores que me davam medo e pena.

- EU TE ODEIOOOO! - Gritou olhando com raiva pra mim e voltou a gritar de dor.

- Eu também te amo meu amor, vai dar tudo certo. - Falei e beijei seu rosto suado.

- Como ela está? - Gisele disse ao entrar no quarto.

- Ela está querendo me matar agora, então dá pra você imaginar como ela está. - Falei.

- MÃE, MANDA ELE IR SE FODER! - Camila gritou novamente.

- Entendi. - Gisele disse ao olhar assustada pra a filha.

Camila se ajeitou devagar e parou de gritar de dor, dando sinal de que a contração já tinha passado. Ajudei ela a sentar na cama, passei um pano úmido em seu rosto e seu pescoço.

- Quer alguma coisa?

- Eu preciso de água. - Ela sussurrou, Gisele foi buscar. - Eu te amo sabia?! Obrigada por estar do meu lado.

Ri lembrando da frase que ela falou a segundos atrás.

- Eu também te amo. - Beijei sua bochecha e seu pescoço.

A porta se abriu e a médica de Camila entrou no quarto.

- Boa noite casal, como está a nossa grávida?

- A ponto de me matar doutora. - Sorrimos. - Ela está tendo contrações muito fortes.

- Vou fazer o toque. - Ela colocou  uma luva, ajudei Camila a se deitar um pouco. A médica se sentou de frente pra Camila e começou a fazer. - 7 centímetros de dilatação, está próximo Camila, jajá eles vão estar aqui.

- Doutora, é muito dor. - Camila disse.

- Eu sei disso, mas eu sei o quão você e forte. Bom, vou atender outras grávidas que também estão em trabalho de parto, qualquer coisa, me chama. - A doutora disse e saiu do quarto.

Beijei a testa de Camila e ficamos abraçados por um tempo enquanto suas contrações não voltavam.

Dei notícia a todos que estavam fora do quarto e comprei algo para comer.

- Kj. - Me virei e vi o pai de Camila vim até mim.

- Camila está sentindo contrações? - Perguntei preocupado.

- Não, não. Só vim conversar com você. - Se sentou na poltrona ao meu lado. - Eu sei que já falei isso pra você antes, mas eu preciso falar de novo porque eu sou eternamente grato.

Me virei para ele prestando atenção no que ele falava.

- Camila nunca foi uma mulher de namorar tanto, nunca se apegou a ninguém. Em uma certa idade da sua adolescência, ela mudou completamente, se fechou e virou uma mulher dura e eu ficava preocupado. Ela começou a se afastar de mim por conta da Clary, ficou mais fria e não tinha mais a alegria de quando ela tinha seus 15 aninhos. - Sorrio desanimado. - Mas aí depois de um tempo ela começou a aparecer na nossa casa mais feliz, o rosto mais iluminado e aí eu descobri quem era o causador disso. Keneti James.

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