LXXI

619 59 98
                                    

Kj Apa

Luz forte

Foi tudo que senti vir em direção aos meus olhos, abri os olhos devagar e me veio uma enxaqueca forte, massageio a cabeça e respiro fundo.

- Pensei que você não ia acordar nunca mais! - Escuto um grito e me assusto.

- Porra Mads, quase me mata de susto. - Falei com a voz embolada.

- Muita paciência pra ficar aqui com você, mas o que não faço para a minha Camila né?! - Ela revirou os olhos e suspirou. - Estar sentindo dor?

- Não, não precisa. Eu só quero ver Camila, eu posso?! - Falei levantando da cama.

- Anda logo filhote de cruz credo, ela quer mesmo te dar uns murros por ter deixado ela sozinha depois do parto. - Falou tirando a agulha do meu braço e tapando com um algodão, me arrastou pra você do quarto me levando para o andar de cima.

Chegando em frente ao quarto de Camila, toda a nossa família estava no vidro olhando-a. A mãe de Camila chorava emocionada ao ver a filha com os bebês.

- Vá ver seus filhos Kj, eles são lindos. - Lili disse encantada enquanto olhava para o vidro. Eu estava nervoso e ansioso para conhecê-los, respirei fundo e abri a porta do quarto devagar.

Ao ver Camila amamentando os bebês e os olhando com tanto carinho, tudo ao redor deixou de existir.

Eu só conseguia ver ela e nossos filhos, mais nada me importava naquele momento. Me aproximei devagar até Camila sentir minha presença, sorriu pra mim e voltou a sua atenção aos dois bebês.

- Venha conhecer nossos filhos Kage. - Camila susurrou, me aproximei dela e olhei para os dois lindos moreninhos que ela amamentava.

Eles olhavam atentamente para Camila enquanto se alimentavam, estavam alheios a tudo a redor. Os olhinhos brilhavam e as mãozinhas estavam pousadas no peito da mãe.

Era a cena mais linda de se ver.

Só existia amor, carinho e cuidado naquele momento. Um amor enorme transbordava pelo meu peito a ponto de me fazer explodir.

Eu ainda não conseguia falar uma palavra, estava vidrado naquela cena perfeita.

- Deem olá para o papai de vocês. - Camila sussurrou, eles continuaram olhando para ela como se ela fosse a única pessoa que existisse no mundo.

- Oi. - Falei meio sem jeito, eles pareceram perceber um som diferente da voz de Camila e olharam para mim, os olhinhos brilhavam do mesmo jeito, pareciam reconhecer a minha voz de algum lugar.

- Oh querido, está chorando?! - Camila falou, olhei para ela e passei a mão no rosto, sentindo-o molhado. Ela sorriu pra mim e olhou para os bebês de novo. - Eles são perfeitos né?

- Muito. - Falei, me encostei nela e beijei seu rosto. - Obrigada por me trazer novamente a sensação de ser pai.

- Eu te amo. - Susurrou pra mim, dei um selinho demorado nela, nos afastamos quando escutamos um barulho na porta.

- Licença papais, agora é hora de leva-los. - as enfermeiras disseram se aproximando de Camila, não queria que eles se fossem agora, mas eu entendia que era necessário.

Elas pegaram eles com cuidado e se despediram de nós.

- Agora você precisa descansar. - Falei segurando a mão de Camila, ela estava cansada, os olhos fechavam e abriam lentamente de sono.

- Antes eu quero conversar com você. - Falou. - Sobre nomes para os nossos filhos.

E aí que eu lembrei, não tínhamos escolhido nada por enquanto.

Risky ProposalOnde histórias criam vida. Descubra agora