CAPÍTULO OITO

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[🚩] AVISO: Esse capítulo contém um trecho com menções a TEPT (transtorno de estresse pós-traumático). Não vou chegar a resumir porque é uma menção muito breve que não tem muito como resumir, mas gostaria de deixar avisado. ATENÇÃO: tudo o que eu mencionar nessa história sobre TEPT é baseado apenas em pesquisa, então por favor, se alguém com experiência encontrar algo ofensivo ou mal representado, me corrijam se puderem. Aos que sofrem de distúrbios psicológicos iguais ou similares, não tomem minha história como referência de tratamento. O distúrbio em questão é baseado sim, em sintomas e efeitos colaterais reais, porém a história também inclui questões sobrenaturais fictícias, que não podem de modo algum ser relacionadas à realidade.

Caso sofra algum dos sintomas apresentados, busque ajuda profissional devidamente qualificada. Sua saúde mental é importante. E para quem precisa de ajuda emocional urgente, podem entrar em contato com o chat do CVV (Centro de Valorização da Vida) discando 188 ou entrando em cvv.org.br.

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𝑪𝑨𝑷𝑰𝑻𝑼𝑳𝑶 𝑶𝑰𝑻𝑶

[ Białystok, 23 de dezembro, 1933 ]

Jakub estava congelando, sentado em um balanço sob uma brisa severamente fria, mas a chuva havia cessado algumas horas antes e ele estava cansado de ficar trancafiado dentro de casa.

Ele não havia falado com Patryk há alguns dias, uma vez que o garoto mais novo estivera com o pai. Desde que ele completara doze anos, havia se tornado um hábito acompanhar o pai em suas viagens a trabalho, assistindo e aprendendo o ofício sempre que ele não estava em período de aulas. Aparentemente, era algo pelo qual Patryk havia desenvolvido certo apreço, apesar de ainda ter anos pela frente na escola.

Agora, porém, o garoto estava sentado ao seu lado, balançando suavemente enquanto olhava para os pés.

O tempo estava demasiadamente frio para que eles corressem como costumavam fazer, e as ruas estavam escorregadias com a água remanescente, então eles decidiram simplesmente ficar no quintal de Jakub, conversando, e talvez mais tarde pudessem tomar um café quente. Jakub sabia que sua mãe estava assando um bolo lá dentro.

"Você tinha que ver a perna dela, o osso estava quase saindo!" Patryk anunciou, parecendo entusiasmado com a ideia.

Jakub fez uma careta, enojado. "E você está animado com isso? A visão deve ter sido horrível."

"Foi," o garoto concordou, embora sua expressão não tivesse se afligido. "Mas o jeito que eles colocaram no lugar foi–"

"Eu beijei Dominika."

Ele não esperava contar a Patryk dessa maneira, mas, para começar, Jakub não estava disposto a ouvir sobre como ossos quebrados eram consertados – ele era sensível demais à anatomia e, honestamente, não entendia como o ofício atraía tanto a Patryk. Por outro lado, sua mente estivera em um tumulto desde então, e o fato de ele não poder contar imediatamente a Patryk o estava comendo vivo.

O fato havia ocorrido no dia anterior, depois que Dominika aparecera na rua em que ele e alguns outros garotos da escola estavam brincando. Sua mãe tinha alguns negócios a resolver pela cidade, e Dominika havia pedido para conversar com Jakub sobre "assuntos escolares", que não fora o caso.

Mais tarde, quando Jakub a levara até em casa, ela havia tentado beijá-lo, e ele apenas permitira.

Patryk estava com os olhos arregalados ao seu lado, os lábios ligeiramente entreabertos pela surpresa. Havia um cacho solto pairando sobre um de seus olhos, mas não parecia incomodá-lo.

RENEGADES • [jjk + pjm]Onde histórias criam vida. Descubra agora