CAPÍTULO 16
Kou realmente não sabia quanto tempo andou até seu estômago roncar. Ele localizou uma árvore frutífera na beira da estrada de terra que estava seguindo e se sentou na sombra dela após colher uma maça verde.
O dia estava tão calmo e o céu tão azul. Kou odiava dias assim pois eram os dias que insistiam em ficar na cabeça dele, dias onde Kou e Kisa iam até o riacho ou até algum vasto campo para Kisa poder brincar do que quisesse. Sem dificuldades lágrima brotaram nos olhos do Cavalheiro.
Ele mordeu aquela maça em sua mão e ela estava verde. Uma maça verde verde, antes do tempo de colheita. Obviamente estava tão azeda quanto se pode imaginar, mas Kou não se importou muito, qualquer coisa estava bom visto que nada estava bem.
Entre pensamentos turbulentos e lágrimas teimosas, Kou terminou de comê-la e estava prestes a apanhar outra para a viajem quando um homem guiando uma carroça de bois apareceu naquela estradinha de terra.
- Bom dia, guerreiro, está indo para esse lado? - Perguntou o homem apontado para frente, para onde Kou ia, com um sorriso animado.
Kou confirmou com a cabeça se levantando com a espada em mãos e o homem acenou para que ele subisse na parte traseira daquela carroça entre alguns blocos de feno. Kou acatou e subiu, em alguns instantes ele haviam partido.
- Você está sozinho, meu jovem? - Perguntou o homem após algum tempo no silêncio. Kou confirmou com um murmuro.
- Essas terras são bem calmas e silenciosas, se você continuar sozinho pode acabar enlouquecendo. - Aconselhou o homem antes de dar uma risada como se sua frase recém-dita fosse divertida.
- Não é da minha conta de qualquer forma. Para qual cidade você está indo? - Perguntou ele apertado as rédeas.
- Yedo. - Disse Kou apenas e o homem e murmurou em concordância e acelerou a velocidade da carroça. O restante da viajem foi silencioso e Kou se limitava a observar aquela calma paisagem que logo sumia de vista e dava espaço para uma nova.
Era entardecer quando finalmente chegaram.
- Olhe ali, jovem. - Disse o homem sorrindo e Kou observou a frente da carroça.
Aquela vila, ao longe, parecia estar dentro de um vale, o caminhos de terra podia ser visto até a entrada da cidade onde haviam algumas casas e outras instalações. Ao redor da aglomeração de construções haviam algumas casas mais afastadas e plantações das mais variadas coisas.
Kou se perdeu um pouco em surpresa pois a última vez que estivera ali tudo era cinza e amontoados de corpos queimados e esquartejados.
Assim que a carroça adentrou aquela rua principal uma memória impiedosa tomou a mente de Kisa porque ele havia passado por ali mais vezes do que podia contar com sua família.
O céu escurecia, mas os habitantes não pareciam que iriam cessar suas atividades tão cedo. Os comércios estavam abertos e consideravelmente cheios, haviam pessoas por todos os lados e inúmeros cheiros e sons.
- E aqui que você desce? - Perguntou o homem e Kou voltou a si.
- Sim. - Disse pulando da traseira da carroça e se curvando levemente.
- Obrigado. - Agradeceu brevemente e o homem lançou um "se cuide" antes de seguir seu próprio destino.
Kou olhou ao redor assim que o viajante sumiu na rua principal e procurou por algo que nem ele sabia o quê. Aquilo não era exatamente o que ele esperava.
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Imprevisível Destino
Historia Corta"- Sabe, Kou, eu te amo com todo meu coração e quero estar contigo com toda minha alma, mas na próxima vez que nos encontrarmos será no campo de batalha... E eu irei cortar sua cabeça." ______ Essa história contêm relações homoafetivas, violência...